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Um punhado de sócios, entrelaçados, com interesses em comum e em atividades suspeitas – assim a força-tarefa da Lava Jato enxerga a relação entre as empresas pertencentes à família Richa (Fernanda Richa e filhos) e empreiteiras que venceram uma licitação para fazer obras e cobrar pedágio na rodovia PR-323 no Paraná.

Os documentos anexados ao processo da Operação Piloto, deflagrada em 11 de setembro, apontam datas coincidentes e negociações comerciais nebulosas, segundo a investigação. A defesa de Beto Richa e outros citados negam irregularidades.

Tudo gira em torno de 2014. No início daquele ano, executivos da Odebrecht afirmam que procuraram representantes da cúpula do governo do Paraná para apressar a concorrência da PR-323 e garantir que fossem os únicos concorrentes da disputa.

Uma das conversas teria sido com o então chefe de gabinete do governador Beto Richa (PSDB), Deonilson Roldo. O assessor foi gravado por um outro empreiteiro, Pedro Rache, que disse ter interesse na licitação. A gravação mostra que Rache foi desincentivado a participar, com o argumento de que a obra já estava prometida à Odebrecht e que poderia conseguir um outro negócio, na Copel, caso aceitasse desistir de disputar a Parceria Público-Privada (PPP) da PR-323.

A Odebrecht também estaria, de acordo com o depoimento de executivos da companhia, buscando parceiros locais no Paraná. E teria sido nesse momento que representantes do governo estadual teriam indicado, entre outras empresas, a Tucumann. O ex-diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) Nelson Leal Junior, que fechou acordo de delação premiada, disse que soube, em conversas na Secretaria de Infraestrutura e Logística, que “Deonilson Roldo, além de acertar o pagamento de vantagem indevida com a Odebrecht, já tinha conseguido, a pedido de Carlos Alberto Richa, a entrada de três empresas próximas do governo no consórcio da PPP proposto pela Odebrecht”.

Ainda segundo o depoimento de Leal, foram indicadas a Tucumann e outras duas empresas, que tinham proximidade com o governo. Para o ex-diretor, a entrada efetiva das construtoras no Consórcio Rota 323 significaria que Beto Richa teria algum tipo de vantagem.

Logo depois da concorrência, realizada em 1.º de abril de 2014, que teve o conjunto de empresas encabeçado pela Odebrecht como único participante e vencedor, uma sociedade foi oficializada pelos integrantes do consórcio para formalizar a assinatura do contrato.

De acordo com executivos da Odebrecht, simultaneamente à licitação, representantes do governo estadual começaram a pressionar a empresa para que fossem realizadas doações para a campanha eleitoral daquele ano. O Setor de Operações Estruturadas, a chamada planilha da propina da Odebrecht, indica que ao menos R$ 3,5 milhões teriam sido destinados para Piloto, codinome que seria atribuído a Beto Richa. As informações foram passadas pelos executivos em colaboração com a Justiça, na forma de delação premiada.

Fonte: Gazeta do Povo

guazelli

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