O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (PSB-RJ), vai convocar uma reunião com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, e mais outros líderes partidários para discutir o teor da incitação de Jair Bolsonaro contra o Congresso.
A reportagem da revista Época destaca que “Molon propôs a dez líderes partidários que se reúnam para discutir ações diante da participação de Bolsonaro e de integrantes de seu governo nas convocações das manifestações contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal no próximo dia 15 de março.”
Molon disse: “Temos que parar Bolsonaro! Basta! As forças democráticas deste país têm que se unir agora. Já! É inadiável uma reunião de forças contra esse poder autoritário. Ou defendemos a democracia agora ou não teremos mais nada para defender em breve. Ao não encontrar soluções para o país, ao se sentir sozinho, isolado e frágil, Bolsonaro apela ao que todos temíamos: a um ato autoritário contra a própria democracia. Não dá mais. Esses absurdos, exageros e atropelos têm que parar agora.”
Entenda
O vídeo, compartilhado pela jornalista Vera Magalhães (BR Político), traz imagens da facada sofrida por Bolsonaro em 2018, durante ato em Juiz de Fora, e diz que presidente “quase morreu” para salvar o país. Dessa forma, o vídeo pede que as pessoas saiam às ruas no dia 15 de março para defender o presidente, assim como pressionar o Congresso.
No texto que envia junto com o vídeo, Bolsonaro escreve: “15 de março, Gen Heleno/Cap Bolsonaro. O Brasil é nosso, não dos políticos de sempre”. O vídeo usa ainda o Hino Nacional tocado no saxofone como trilha sonora.
“Ele foi chamado a lutar por nós. Ele comprou a briga por nós. Ele desafiou os poderosos por nós. Ele quase morreu por nós. Ele está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária por nós. Ele sofre calúnias e mentiras por fazer o melhor para nós. Ele é a nossa única esperança de dias cada vez melhores. Ele precisa de nosso apoio nas ruas. Dia 15.3 vamos mostrar a força da família brasileira. Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil. Somos sim capazes, e temos um presidente trabalhador, incansável, cristão, patriota, capaz, justo, incorruptível. Dia 15/03, todos nas ruas apoiando Bolsonaro”, diz o texto do vídeo, que é intercalado por imagens de Bolsonaro sendo esfaqueado, no hospital e depois em aparições públicas.
As primeiras convocações para o ato vieram de grupos como o “Movimento Brasil Conservador” e “Movimento Conservador”, ambos ligados ao clã Bolsonaro, logo depois que o ministro Augusto Heleno desabafou sobre supostas “chantagens” do Congresso Nacional contra o governo. Desde então, passaram a circular nas redes sociais panfletos do ato pedindo o fechamento do Congresso e a instauração de um novo AI-5 para “faxina geral” no legislativo.
Outro panfleto, assinado por “movimentos patriotas e conservadores”, também traz fotos do general Heleno, do vice-presidente, Hamilton Mourão, e de outros generais com cargos públicos convocando para ato. No texto, há a frase “os generais aguardam as ordens do povo” e, em seguida, “Fora Maia e Alcolumbre”. Nem Heleno nem Mourão repudiaram o uso de suas imagens no panfleto.
Com informações do Brasil247 e Revista Fórum.
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