O senador Alvaro Dias (Podemos-PR) cobrou do presidente da República, Jair Bolsonaro, um pronunciamento sobre o produto interno bruto (PIB) de 2019, de apenas 1,1%, e criticou a convocação de manifestações para “arquitetar a existência de outros fantasmas” e “estabelecer o confronto”. O senador afirmou que tal crescimento, que classificou como “pífio” e “insignificante”, é inadmissível num país com as potencialidades econômicas que tem o Brasil. E que o presidente da República não pode se furtar a responder ao país sobre o tema.

— Três grandes desafios esperam ou são esperados pelo governo brasileiro — o ajuste fiscal, o desafio dos investimentos e o desafio da produtividade —, se nós desejamos escapar dessa armadilha da renda média e avançar para um estágio de desenvolvimento comparável ao que vivem outros países do primeiro mundo — afirmou o senador, para quem o presidente da República não pode colocar apenas sobre o ministro da Economia, o “Posto Ipiranga”, a responsabilidade pela promoção do crescimento do país — disse Alvaro Dias nesta segunda-feira (9) em Plenário.

Alvaro Dias ressaltou que o momento é preocupante. Ele disse que o país passa por crises recorrentes e que problemas na economia global, como o coronavírus, a queda da bolsa de valores e a queda do preço do petróleo em 30% poderão gerar ainda mais dificuldades para a economia brasileira. Para ele, os indícios apontam para um aumento na crise internacional e cobrou do governo atitude quanto às reformas e não, o conflito institucional.

— Não é com esse confronto que nós vamos promover o crescimento econômico do país. Enquanto a crise econômica se aprofunda, as reformas não ocorrem. Onde estão os projetos do governo: reforma tributária, reforma administrativa, reforma política? São reformas essenciais, para que o país possa avançar na direção do seu futuro — afirmou o senador, para quem não é com a promoção de confronto institucional que haverá crescimento econômico.

Ele criticou a convocação de manifestações de rua por Bolsonaro. E lembrou ter sido contra, junto a senadores da base do governo e da oposição, ao acordo do governo em torno do projeto  PLN 51/2019, acabou por ser vetado pelo Congresso, e tornava R$ 30 bilhões do Orçamento impositivos.

— O que há hoje é o estímulo a um movimento popular. O que se deseja é que a população vá para as ruas. Daí a indagação: a população deve ir para as ruas contra o Congresso? Aí, alguns dizem: ‘Não, não é contra o Congresso. É a favor do Presidente. É para defender o Presidente’. E, aí, eu indago: defender o presidente do quê? Há a necessidade de o presidente ser defendido neste momento? Eu não sei por que a população tem que ir para as ruas para defender o presidente. Qual a dificuldade do presidente? O Congresso? O Congresso é a dificuldade? Não creio — criticou o parlamentar, fazendo um retrospecto da atuação do Legislativo  — disse Alvaro Dias, para quem a população deveria ir às ruas exigir que o presidente da República governe o Brasil.

Agência Senado.

guazelli

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