Em entrevista ao vivo à CNN Brasil neste domingo (15), o presidente Jair Bolsonaro disse que há interesse financeiro no que chama de “histeria” do coronavírus. O presidente participou do ato no Palácio do Planalto contra o Congresso Nacional e comparou sua ida às ruas para cumprimentar manifestantes aos metrôs e estádios cheios.

“Tivemos vírus muito mais graves que não provocaram essa histeria. Certamente tem um interesse econômico nisso. Em 2009 teve um vírus também e não chegou nem perto disso. Mas era o PT no governo aqui e os democratas nos Estados Unidos”, disse o presidente.

“Sabemos que as aglomerações de pessoas correm o risco de ser risco desse vírus se deflagar de forma grave no nosso país. Agora, é uma realidade. Você vê os metrôs cheios, os ônibus cheios (…) estádio de futebol. É um vírus que você vai ter que enfrentar mais cedo ou mais tarde”, completou, sem considerar que os jogos de futebol já estão sendo cancelados ou realizados sem público para evitar a propagação da doença.

“Alguns irresponsavelmente querem colocar a culpa em mim por esse movimento agora”, atacou Bolsonaro. As colocações do presidente vão contra as orientações do Ministério da Saúde de seu governo, que é contra a aglomeração de pessoas durante o avanço do coronavírus no país.

Hoje sabe-se que ao menos 12 pessoas que estiveram com Bolsonaro na comitiva brasileira aos Estados Unidos estão infectadas com coronavírus. A recomendação era de que o presidente ficasse em isolamento até a próxima quarta-feira, quando será refeito o teste do vírus.

Contudo, Bolsonaro ignorou as recomendações e cumprimentou apoiadores em Brasília, além de tirar selfies com celulares de outras pessoas.

Maia e Alcolumbre

Na entrevista, Bolsonaro também atacou os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre, desafiando-os a ir às ruas em vez de criticá-lo por sua participação nos atos deste domingo.

“Eu gostaria que eles saíssem às ruas como eu”, disse. “Nós, políticos, temos responsabilidade e devemos ser quase que escravos da vontade popular. Saiam às ruas. Eu respeito os parlamentares, não tenho problemas com eles. Estão fazendo suas críticas, estou tranquilo no tocante a isso. Espero que eles não queiram partir para algo perigoso depois dessas minhas palavras aqui”, finalizou.

Revista Fórum.

guazelli

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