O Paraná deve ter 10 mil casos de Covid-19 no pico da epidemia, mas se prepara caso esse número chegue a 30 mil. “Para isso, contamos com 200 leitos de (Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) a mais para o caso da epidemia chegar a 40 dias. Se a situação ultrapassar esse período, temos condição de contratar até 600 novos leitos”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, na tarde desta terça-feira (24) aos deputados estaduais durante participação na sessão plenária. A convite do líder do Governo na Casa, deputado Hussein Bakri (PSD), o secretário explicou aos parlamentares, através do sistema remoto utilizado para a realização da sessão plenária, como o Governo se prepara para o enfrentamento ao Covid-19.
Beto Preto ressaltou que o combate à doença acontece em duas fases: o rastreio epidemiológico e o atendimento. A primeira etapa se dá pela observação do que vem ocorrendo na Europa e na Ásia. Com isso, investindo na fabricação e aquisição de testes rápidos e atuando firmemente em prevenção. “O paranaense tem seguido as orientações de prevenção passadas pelo Estado, como a interrupção de atividades e o isolamento domiciliar”.
Como se trata de uma pandemia, o secretário diz que não é possível trabalhar com números exatos. Mesmo assim, se mostrou confiante. São três planos diferentes em caso de uma crise aguda. 200 novos leitos de UTIs e 300 de enfermaria em um primeiro momento; Em um segundo estágio, com 350 leitos de UTIs e outros 500 leitos de enfermaria e, se houver um pico mais alto, existe a possibilidade, de acordo com o secretário, de 600 leitos de UTIs mapeados e contratados da rede de hospitais privados, filantrópicos e próprios exclusivamente para o enfrentamento ao Coronovírus.
Dos 10 a 20 mil casos previstos para o Paraná, segundo os estudos do Ministério da Saúde, o secretário Beto Preto esclarece que 85% devem ser leves. Dos 15% restantes, dois terços vão precisar de tratamento em enfermaria e um terço de internamentos. “Sãos esses 15% que nos preocupam e o nosso esforço é para atendê-los da melhor forma, evitando os casos de mortalidade entre os grupos de risco”, disse.
Questionamentos: O encontro com os parlamentares durou cerca de uma hora e o secretário respondeu a diversos questionamentos. Por exemplo, com relação a aquisição de testes rápidos, feito pelo deputado Tião Medeiros (PTB) e da falta de equipamentos, como máscaras para profissionais da saúde, feito pelo deputado Douglas Fabrício (Cidadania), “Além dos testes que produzimos no estado, estamos adquirindo 100 mil testes rápidos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e com relação às máscaras e insumos, infelizmente as empresas não têm cumprido prazos e a procura tem sido muito alta. Só em Curitiba, houve um acréscimo de 200% na utilização de máscaras em dez dias. Estamos tentando resolver essas questões trabalhando em várias frentes”, respondeu o secretário lamentando que uma caixa de máscara que custava em torno de R$ 5,00 hoje está custando R$ 200,00.
Os números no Paraná: Segundo o boletim divulgado nesta terça-feira, são 2500 casos notificados até o momento. 1844 suspeitos e 70 confirmados. Foram descartados 197 casos. Dez destes casos foram contabilizados nas últimas 24 horas em Curitiba (6), Telêmaco Borba (1), Paranavaí (1), Cascavel (1) e um caso de paciente residente fora do Estado (Brasília). Os pacientes são sete mulheres e três homens com idades entre 23 e 70 anos. Metade das confirmações vem de pessoas que estiveram em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Dubai e Itália.
A secretaria aguarda a normalização do sistema do Ministério da Saúde para validação de cerca de 600 casos negativos, já diagnosticados e descartados pelo Laboratório Central do Estado (Lacen). Quatro pacientes confirmados com o coronavírus estão em isolamento hospitalar, três com quadro clínico considerado leve e um em estado grave. O secretário lembra que “Apesar dos números crescerem a cada dia, o Paraná registra um percentual de 0,39% de casos por 100 mil habitantes. O menor índice da região Sul”.
ALEP.
Imagem: Dálie Felberg.
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