O caso da menina de 10 anos grávida devido ao estupro sofrido por parte de um tio se tornou uma novela neste domingo (16), depois que a campanha de grupos anti-aborto para evitar que a menor possa realizar um aborto ganhou dimensões absurdas.

Um dos episódios dessa novela foi a mobilização de grupos cristãos ultraconservadores que realizou um cordão na entrada do hospital da capital pernambucana onde a menina teria sido levada para fazer o aborto. Um desses grupos seria a comunidade católica Porta Fidei, mas também há relatos sobre a presença de grupos evangélicos no local.

Vídeos difundidos nas redes sociais mostram que a iniciativa do grupo visava impedir a entrada de um médico que supostamente seria o designado para realizar o aborto, além de hostilizá-lo. As imagens mostram o grupo apontando para o médico do lado de fora do edifício e gritando “assassino, assassino”. Também houve gritos contra a Rede Globo, dizendo “Globo lixo”.

Em um segundo momento, o grupo arma uma confusão na entrada, tentando invadir o hospital.

Em sua página de Instragram, a Comunidade Porta Fidei descreve sua missão: “defender a verdade, guardar a fé, para a salvação das almas e o bem da Santa Igreja”.

A menina de 10 anos teve seu aborto autorizado pela Justiça na sexta-feira (14). Ela foi vítima de estupros por parte do tio durante quatro anos, e acabou ficando grávida dele recentemente.

O procedimento já foi realizado, segundo médico responsável.

A missão tentou manter o local em sigilo, mas a bolsonarista Sara Winter e outros grupos ligados à ministra Damares Alves (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) descobriram a informação e a divulgaram nas redes sociais, inclusive revelando o nome da menor.

Reportagem de Victor Farinelli.

guazelli

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