As medidas de combate ao novo coronavírus mobilizaram os debates entre deputados de governo e oposição no início da sessão do Plenário desta terça-feira (23). Apesar de ambos os lados pedirem união nos esforços contra a pandemia, também houve troca de acusações sobre a responsabilidade dos problemas no atendimento à saúde da população.

O líder do governo, deputado Ricardo Barros (PP-PR), espera que haja acordo na reunião marcada para esta quarta-feira (24) entre o presidente Jair Bolsonaro e os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal. “O Brasil precisa transmitir à população que há uma direção no combate à pandemia. Temos um comando novo no Ministério da Saúde”, apontou.

Ricardo Barros ressaltou que a nova cepa do coronavírus é muito grave e “requer medidas muito duras”. No entanto, ele lamentou as divergências entre governadores e prefeitos sobre as medidas de isolamento social.

Barros participa de reunião nesta terça-feira (23) com o presidente da Caixa Econômica Federal e representantes de prefeitos para garantir que agências bancárias continuem abertas para pagar o auxílio emergencial.

Vacinas
O deputado Coronel Tadeu (PSL-SP) parabenizou o presidente Bolsonaro pelo combate à pandemia. “O governo já firmou acordos para compra de 562 milhões de doses de vacina”, comemorou.

Coronel Tadeu afirmou que não haveria tantos mortos do coronavírus hoje se o Brasil tivesse construído hospitais em vez de gastar dinheiro em estádios superfaturados da Copa de 2014. Ele também acusou os governadores de não repassar o dinheiro do governo federal para saúde.

Já o deputado Vicentinho (PT-SP) acusou o governo Bolsonaro de boicotar as vacinas. “É preciso que a sociedade toda se junte. O povo está sofrendo. Nas periferias, não há condição de se proteger do coronavírus ou de se alimentar”, lamentou. Ele também cobrou a validação de diplomas de médicos formados fora do Brasil.

A deputada Soraya Manato (PSL-ES) afirmou que o Brasil tem dificuldade para comprar vacinas porque os países do primeiro mundo compraram todas as doses e se esqueceram dos países em desenvolvimento. “Os Estados Unidos comprou 1,3 bilhão de doses, o suficiente para vacinar três vezes a população daquele país”, lamentou.

Economia
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) anunciou mobilização de centrais sindicais e movimentos sociais nesta quarta-feira em defesa da vida da população. “Estamos defendendo vacinas para todos e auxílio emergencial de R$ 600 para os informais”, afirmou. “As pessoas morrem porque não tem UTI nem leito de hospital para atendê-las.”

A deputada Tábata Amaral (PDT-SP) lamentou a demora na entrega do auxílio emergencial. Ela também considera o valor insuficiente para alimentar uma família. “Se o governo não entende a magnitude, o caos e a gravidade da situação que estamos vivendo, cabe ao Congresso sair desta letargia. Estamos no pior momento da pandemia.”

O deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), por sua vez, relatou que várias cidades do Rio Grande do Sul tiveram protesto contra medidas de isolamento social e paralisação de atividades econômicas. “Precisamos garantir que, com segurança, as pessoas possam trabalhar”, apontou.

Van Hattem acusou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, de não dialogar com os empresários.

Conduta de Bolsonaro
O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) acusou o presidente Bolsonaro de incentivar aglomerações que facilitam a transmissão do vírus. “O Brasil virou o foco mundial da Covid-19 com a irresponsabilidade do governo, que não comprou vacina na hora certa.”

Já o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) afirmou que os deputados de esquerda faltam com o decoro ao chamar o presidente Bolsonaro de genocida. “No aniversário do presidente, centenas de pessoas foram voluntariamente cumprimentá-lo”, observou.

Atendimento médico
O deputado General Girão (PSL-RN) afirmou que a oposição precisa parar de brigar com o governo. “O mais importante é tratarmos preventivamente as pessoas, fortalecendo as imunidades. A classe política tinha que ficar calada e deixar que os médicos decidam”, propôs.

A deputada Luiza Erundina (Psol-SP), no entanto, denunciou a morte de jovens por falta de atendimento médico. “Isso é um crime de omissão do governo e do Poder Legislativo, que não assume a obrigação. Em todas as graves crises, o Legislativo se centrou no enfrentamento dos problemas. Não dá mais para suportar tanta indiferença em relação ao nosso povo que está morrendo aos milhares de Covid-19 ou de fome.”

Pauta prioritária
O deputado Fábio Trad (PSD-MS) pediu que a pauta da Câmara seja voltada exclusivamente ao combate à pandemia. “Pode soar até cruel se continuarmos a discutir temas que estejam à margem do que o nosso povo está sofrendo”, comentou. “A reforma administrativa deveria ser suspensa, pois criminaliza o serviço público no momento que o Brasil mais precisa.”

Agência Câmara de Notícias.

guazelli

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