O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o Congresso Nacional vai decretar luto de três dias em respeito às 500 mil mortes por coronavírus. As atividades das duas Casa, no entanto, não serão suspensas.

“Em acordo com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, faremos três dias de luto sem interrupção dos trabalhos legislativos das duas Casas porque pensamos que a melhor maneira de ajudar o Brasil no combate à pandemia é manter o Congresso funcionando”, disse Lira.

O pedido foi feito pelos partidos de oposição representados pelos líderes da Minoria, Marcelo Freixo (Psol-RJ), e da Oposição, Alessandro Molon (PSB-RJ). Freixo destacou que o luto oficial é “uma resposta” que a Câmara dos Deputados pode dar diante do símbolo que representa. “A gente tem que dar uma resposta, mostrar sensibilidade à dor de todos os brasileiros”, disse.

Os líderes apresentaram ao presidente um ofício, assinado por todos os partidos da Minoria, em defesa do luto oficial em respeito às 500 mil mortes.

Molon criticou a condução da pandemia pelo governo federal. “Centenas de brasileiros poderiam estar entre nós hoje em dia e nós não nos esqueceremos o descaso com a pandemia, o ‘e daí?´do presidente da República. Estamos de preto em sinal de respeito e luto”, destacou.

O líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), destacou as ações para o combate à pandemia em resposta aos protestos da oposição. “O governo também se solidariza aos brasileiros que foram afetados pela Covid e perderam suas vidas, aos seus parentes, às suas famílias. O governo editou medida provisória liberando R$ 20 bilhões para a compra de vacinas, fez o Pronampe, o auxílio emergencial, e investiu mais de R$ 700 bilhões de reais no combate à pandemia e aos seus efeitos”, destacou.

Debates
O fato de que o Brasil ultrapassou o marco de 500 mil mortos por Covid-19 dominou os pronunciamentos de deputados da oposição do Plenário. Foram mais de 20 deputados de oposição com críticas à gestão da pandemia pelo governo federal e solidariedade às vítimas.

A deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) afirmou que, nesta semana, a bandeira brasileira está marcada pelo luto. “Atingimos a triste marca dos 500 mil mortos. Quantos mais virão? Se o presidente não tivesse recusado as vacinas, tão logo elas nos foram oferecidas, muitos desses brasileiros estariam salvos ”, lamentou.

O deputado Paulo Guedes (PT-MG) afirmou que as 500 mil vidas perdidas marcam a “omissão do governo Bolsonaro”.

Já para o deputado Ivan Valente (Psol-SP), o patamar de vidas perdidas na pandemia concretiza a falta de compaixão do governo federal com a população. “O principal responsável tem nome e se chama Jair Bolsonaro, com a sua imunidade por contaminação, pela não compra das vacinas, pelo negacionismo, pelo não uso de máscaras, por incentivar aglomeração, e mais: pelo silêncio dele”, afirmou.

O deputado Carlos Jordy (PSL-RJ), por outro lado, diz que a “narrativa dos 500 mil mortos não se sustenta” diante de manifestações feitas pela esquerda, que foram às ruas contra o governo Bolsonaro no final de semana. “Lamento aqui as 500 mil mortes. São 500 mil vidas que se foram, mas é canalhice querer colocar isso na conta do governo, é canalhice querer culpar o presidente Bolsonaro”, afirmou.

O deputado Giovani Cherini (PL-RS) também relativizou os dados. “Realmente é muito triste, mas nos Estados Unidos morreram 600 mil; na Índia 400 mil”, disse. Para ele, é importante investigar a origem do vírus. “Nós temos que fazer um tribunal internacional para ir na China ver o laboratório que criou o vírus”, disse.

Agência Câmara de Notícias.

guazelli

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