A senadora Simone Tebet (MDB-MS), em pronunciamento nesta quarta-feira (29), cobrou do Senado uma reação contra Pedro Guimarães, que, na condição de presidente da Caixa Econômica Federal, usou de seu cargo e superioridade hierárquica para obter vantagem sexual, conforme denúncias feitas por funcionárias do banco que vieram à tona pela imprensa na terça-feira (28).

Vítima desse tipo de crime quando era estagiária, Simone Tebet lembrou ser difícil denunciar e lidar com essa questão e afirmou que o tempo não apaga nem cicatriza as feridas do assédio sexual.

— Onde estavam os órgãos de fiscalização, quando esse tipo de situação aconteceu? Onde estava o compliance da Caixa Econômica Federal e qualquer tipo de órgão que pudesse, dentro da hierarquia da Caixa, recebendo a denúncia, investigar?, questionou.

A senadora chamou a atenção para o fato de muitas mulheres vítimas de assédio ainda serem obrigadas a conviver com o agressor, porque, muitas vezes, ele sequer é afastado de suas funções e também pela necessidade de terem de sustentar suas famílias com o fruto de seu trabalho.

Ela aproveitou para fazer um desafio a todos os senadores.

— Vão agora para os seus gabinetes e perguntem para suas assessoras e para todas as funcionárias se tem pelo menos uma que já sofreu algum tipo de assédio sexual em sua atividade profissional. Eu garanto que uma Vossas Excelências vão encontrar — afirmou.

Depois de apartes favoráveis ao seu pronunciamento, Simone Tebet garantiu que o Senado não vai se omitir diante desse tipo de crime.

— Estimulada por cada um dos senadores, quero dizer às Marias, às Joanas e a todas as mulheres brasileiras: vocês não estão sozinhas. Vocês têm a voz bancada feminina e de 81 senadores da República, que não aceitam esse tipo de situação. Vamos dar um basta à violência contra a mulher, vamos dar um basta aos xingamentos contra a mulher, vamos dar um basta contra a discriminação, seja de qualquer forma ou condição — disse.

Por fim, a senadora defendeu a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do PL 1558/2021 (número na Câmara dos Deputados), que estabelece multa às empresas que pagarem salários diferenciados para homens e mulheres que ocuparem o mesmo cargo. Esse projeto já foi aprovado pelos senadores.

Agência Senado.

guazelli

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