O ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deu dois dias para que o Partido Liberal (PL), que abriga Jair Bolsonaro, explique os gastos com o impulsionamento de 15 anúncios no Youtube com imagem do presidente e a música “Capitão do povo”, veiculados em 22 e 23 de julho.

Na segunda-feira (25), a federação Brasil da Esperança, formada por PT, PV e PCdoB, acionou o TSE contra a sigla por propaganda eleitoral irregular. Os partidos pedem a suspensão da circulação dos anúncios e a investigação da origem dos recursos utilizados pelo partido de Bolsonaro. Solicitam ainda o pagamento de uma multa de R$ 1,484 milhão, que equivale ao dobro do que foi gasto com os anúncios.

No despacho, Fachin afirma que é necessário “oportunizar a prévia manifestação do representado, estabelecendo-se o contraditório, inclusive para que seja viabilizada a possibilidade de justificação acerca da origem dos recursos financeiros despendidos com o impulsionamento dos conteúdos na plataforma do YouTube”. Além de solicitar uma manifestação do PL, o ministro exigiu que a Procuradoria-Geral Eleitoral também se manifeste sobre o caso.

Na representação enviada ao TSE, a federação fez o levantamento de quanto outros partidos gastaram com impulsionamento para justificar que faltou moderação ao PL. O PSDB investiu R$ 242 mil em impulsionamentos ao longo de oito meses. Já o União Brasil gastou R$ 109 mil no mesmo período. Os vídeos alcançaram, segundo a representação, cerca de 81 milhões de visualizações. 

“O Partido Liberal, em apenas dois dias, gastou com impulsionamento de conteúdo na internet 143% do que foi gasto por todos os demais 9 partidos que formam as dez maiores bancadas na Câmara dos Deputados em 8 meses”, afirmam os partidos.

Reportagem de Caroline Oliveira, da Brasil de Fato SP.

guazelli

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