Durante sessão do Plenário nesta sexta-feira (2), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, condenou a tentativa de assassinato sofrida pela vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite de quinta (1º). Nas redes sociais outros parlamentares definiram o ocorrido como um atentado à democracia e alertaram para a gravidade dos discursos de ódio.
Pacheco se solidarizou com o povo argentino e com Cristina. Disse que a violência política fere diretamente a democracia e precisa ser combatida seja no Brasil ou fora dele. Para ele, é responsabilidade dos congressistas pregar o “sentimento da pacificação”.
— O que nós vimos ontem nesse atentado, além de uma violência a uma mulher, há também, além da violência humana, uma violência política muito significativa e que nós devemos repudiar. Uma violência política a alguém que representa muito para o seu país, que é a atual vice-presidente. Portanto se trata de uma violência à democracia (…) Por isso o repúdio a esse ato de violência que nós estamos assistindo com certa frequência no Brasil e no mundo e que nós da política temos a obrigação de repudiar e além disso, de praticar sempre o sentimento de pacificação, de tolerância, de ponderação, de respeito aos divergentes — ressaltou Pacheco, que já havia se manifestado pelas redes sociais logo após a divulgação do fato.
A vice-presidente argentina cumprimentava apoiadores ao chegar em sua casa no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, quando um brasileiro, já identificado por Fernando André Sabag Montiel, de 35 anos, tentou atirar contra o rosto dela. Carregada com cinco balas, a arma não disparou e o vídeo passou a circular imediatamente. O acusado foi preso no local.
Solidariedade
Pelas redes sociais, senadores reforçaram o voto de solidariedade a Cristina. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) defendeu o combate ao extremismo e lamentou que o Brasil esteja exportando ódio.
“Absurdo! Nossa solidariedade à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que sofreu uma tentativa de assassinato. O discurso de ódio está contaminando a humanidade! O extremismo está escancarado! Precisamos de paz, amor, respeito! Urgente!”.
Simone Tebet (MDB-MS) se disse triste com o ocorrido e alertou para a necessidade das lideranças recriminarem esse tipo de atitude.
“É preciso dar um basta a tudo isso”, disse.
A senadora Soraya Thronicke (União-MS) ressaltou que não se pode “subestimar do que o ódio é capaz”. Na avaliação do senador Rogério Carvalho (PT-SE), é preciso refletir sobre o fato trazendo para a realidade do Brasil, principalmente agora quando os brasileiros acompanham a corrida eleitoral.
“Foi um brasileiro o autor deste absurdo. Violência é contra a democracia! Nossa solidariedade a Cristina Kirchner”, acrescentou.
Os senadores Paulo Rocha (PT-PA) e Humberto Costa (PT-PE) também classificaram o atentado como “gravíssimo” e reforçaram a necessidade de se combater o crescente discurso de ódio.
“A política do ódio precisa ter um fim. Nosso repúdio à violência e toda a nossa solidariedade a Cristina”, enfatizou Humberto.
Para o senador Paulo Paim (PT-RS), o caso também serve de alerta sobre a política armamentista implantada no Brasil nos últimos anos. Para ele, o acesso mais fácil a armas amplia as chances de casos como esse acontecerem.
“Em três anos, o Brasil chegou a 46 milhões de permissões para a compra de armas. A cada dia, a violência e o ódio aumentam, se espalham pelo país inteiro. Pregam a discórdia e a intolerância. Basta! Precisamos de paz”, argumentou.
A tentativa de assassinato também foi repudiada pelos senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Jean Paul Prates (PT-RN).
“Quem pregava medo da Argentina agora assiste aos argentinos com medo da intolerância dos brasileiros. Toda a solidariedade a Cristina Kirchner! A democracia não pode se curvar à violência!”, observou Jean Paul.
Eliziane Gama (Cidadania-MA) condenou a violência na política e manifestou solidariedade a Cristina Kirchner.
“A violência e o ódio na política são atentados contra a liberdade de todos nós. Discordar e divergir são essenciais para o amadurecimento da sociedade, mas hoje se transformaram em motivo para matar. Intolerância é o oposto de se fazer política”, disse a senadora.
De acordo com autoridades argentinas, Fernando Montiel nasceu no Brasil e mora no país vizinho desde os anos de 1990, onde tem residência. Ele trabalha como motorista de aplicativo e tem antecedente criminal por porte de arma.
Agência Senado.
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