No primeiro mês de campanha eleitoral no Brasil, foram registrados 2.865.845 postagens com conteúdo ofensivo contra jornalistas no Brasil. A agressividade tem alvos preferenciais: 88% das postagens foram dirigidas a mulheres jornalistas. Os dados são da organização Repórteres Sem Fronteiras, em parceria com o Laboratório de Estudos Sobre Imagem e Cibercultura (Labic), da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
Essas informações compõem os motivos que levam 15 entidades de defesa do jornalismo e dos direitos humanos a realizarem o Ato em Defesa do Jornalismo e da Democracia, que ocorrerá na próxima terça-feira (27), às 19h, em São Paulo. As entidades se mobilizam diante da escalada de ameaças, agressões, ataques físicos e virtuais e tentativas de censura e intimidação contra jornalistas, em especial durante as eleições.
“A gente percebe que nesse período eleitoral, as ameaças e os ataques vêm aumentando, especialmente contra jornalistas mulheres”, afirma Thiago Tanji, presidente do Sindicato os Jornalistas de São Paulo. “Diante disso todas as entidades, mas sobretudo as da nossa categoria, têm que se levantar e deixar sua posição bem clara contra qualquer tipo de autoritarismo e contra as aspirações obscurantistas do atual governo, que sistematicamente ataca a nossa profissão”.
Números da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) mostram o peso de Jair Bolsonaro (PL) no clima de agressividade contra jornalistas. Segundo a federação, em 2021, houve ao menos 430 agressões a jornalistas e meios de comunicação, o maior número da série histórica do levantamento. Destes, 147 ataques, ou 34,2% do total, foram causados por uma pessoa: o presidente da República.
Entre os alvos desses ataques, as jornalistas Patrícia Campos Mello e Bianca Santana participarão do ato para compartilhar suas histórias. Além disso, as entidades organizadoras apresentarão os mais recentes números da violência contra as e os jornalistas no último período e divulgarão um manifesto unificado em defesa do livre exercício do jornalismo e da democracia.
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“É um passo fundamental para a gente rechaçar qualquer tipo de golpismo, de ódio, de violência, e reafirmar não só a nossa profissão, mas os valores democráticos e dos direitos humanos para a construção da nossa sociedade”, afirma Tanji.
Serviço:
Ato em Defesa do Jornalismo e da Democracia
Terça-feira, 27 de setembro, às 19h
Auditório 239 da PUC São Paulo, no Edifício Reitor Bandeira de Mello (prédio novo)
Rua Ministro Godói, 969, Perdizes, São Paulo
Brasil de Fato.
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