O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reagiu de forma enérgica ao documento de caráter golpista divulgado pelo Partido Liberal (PL), do presidente Jair Bolsonaro, que levantou suspeitas e acusações sem qualquer sentido contra o sistema eleitoral do país, atendendo às demandas autoritárias e conspiratórias do candidato à reeleição.
Nas duas páginas do texto, que tenta “melar” o pleito antes mesmo de sua realização, a legenda do atual chefe do Executivo federal disse que “o quadro de atraso encontrado no TSE gera vulnerabilidades relevantes e pode resultar em invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais, com grave impacto nos resultados das eleições”.
O órgão máximo da Justiça Eleitoral no Brasil divulgou uma nota à imprensa enquadrando a sigla que agrupou as lideranças de extrema direita do país, chamou o documento de falso, mentiroso e sem amparo na realidade, acusando seus autores de tentarem tumultuar o processo eleitoral do próximo domingo (2).
Confira a nota do TSE:
As conclusões do documento intitulado “Resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE” são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial à Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral.
Diversos dos elementos fraudulentos constantes do referido “documento” são objetos de investigações, inclusive nos autos do Inquérito nº 4.781/DF, em tramitação no Supremo Tribunal Federal, relativamente a fake news, e também já acarretaram rigorosas providências por parte do Tribunal Superior Eleitoral, que decidiu pela cassação do diploma de parlamentar na hipótese de divulgação de fatos notoriamente inverídicos sobre fraudes inexistentes nas urnas eletrônicas (Recurso Ordinário Eleitoral n. 0603975-98.2018.6.16.0000/PR).
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes, determinou a imediata remessa do documento ao Inquérito nº 4.781/DF, para apuração de responsabilidade criminal de seus idealizadores – uma vez que é apócrifo –, bem como seu envio à Corregedoria-Geral Eleitoral para instauração de procedimento administrativo e apuração de responsabilidade do Partido Liberal e seus dirigentes, em eventual desvio de finalidade na utilização de recursos do Fundo Partidário.
Reportagem de Henrique Rodrigues, da Revista Fórum.
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