A entrega do controle acionário e consequente venda da Copel pelo governo Ratinho Jr., prevista no projeto de lei 493/22, em trâmite na Assembleia Legislativa (Alep), vai causar prejuízos não apenas ao patrimônio do Estado, à população e ao setor produtivo, mas também para a União. O alerta foi feito ontem (22) pelo deputado Arilson Chiorato (PT).
Líder da oposição, Arilson explicou que o BNDES Participações (BNDESPAR) detém 24% da totalidade das ações da Copel, sendo 12,4% das ações votantes, enquanto a Elebrobras possui 0,5% das ações totais e 1,5% das ações votantes, e que a mudança proposta pelo governo Ratinho Jr. no processo de privatização vai limitar o poder decisório da BNDESPAR na Copel.
“Hoje fiz uma conversa com a equipe do governo de transição para tratar da venda da Copel. Alertei que BNDES é detentor de 24% das ações da totalidade da Copel. A Eletrobrasil é detentora de 1,5%. O modelo que está sendo feito aqui fere o patrimônio nacional, vai trazer prejuízo ao Brasil. Fui ouvido pelo jurídico do governo de transição, pela equipe do BNDES, pela deputada Gleisi Hoffmann, e expliquei o que está ocorrendo no Paraná. É inadmissível que vão vender a Copel sem consultar um presidente eleito que defende empresa pública. Vamos entrar com um mandato de segurança para suspender a votação da venda da Copel”.
O deputado alertou que a privatização da Copel vai resultar no aumento de tarifa, redução de investimento e perda dos direitos trabalhistas. “A maior empresa pública do Paraná e maior empresa de energia do Brasil corre o risco de ser privatizada. O Estado detém hoje 69% das ações de voto da empresa e se o modelo que está sendo proposto for aplicado o Estado vai passar a ter 10%. Todas as empresas de serviços que foram privatizadas resultaram em três fatos: aumento de tarifa, redução de investimento e perda dos direitos trabalhistas. Países como Alemanha, França, Estados Unidos, estão reestatizando serviços de água, luz e saneamento. Mas o Paraná faz o caminho contrário. Ao tirar o controle do Estado, corremos o risco de acabar com as tarifas diferenciadas, o Tarifa Rural Noturna, o Tarifa Social para baixa renda, porque o mercado não tem piedade.”
Para Arilson, a entrega do controle acionário da Copel é um crime contra o povo paranaense e brasileiro. “Não existe justificativa para a venda da Copel. A empresa é avaliada em R$ 23 bilhões. No último ano, deu R$ 5 bilhões de lucro. Foi motivo de comemoração no Palácio Iguaçu. Mas em seis meses, mudaram de opinião, dizendo que precisa de investimentos. Quais investimentos? Só a Copel investiu R$ 2 bilhões no Estado no ano passado, e o governo vai entregar a Copel por R$ 3 bilhões. Vão cometer um crime contra o povo paranaense”.
ASCOM – PT na Alep.
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