Dívidas bilionárias podem ter sido omitidas do balanço da Companhia Paranaense de Energia elétrica (Copel) a investidores e sócios como o BNDES e o Estado do Paraná. A suspeita foi mencionada em sessão plenária nesta quarta-feira (29/03) na Assembleia legislativa pelo deputado Arilson Chiorato (PT), vice-líder da Oposição. “Venho cobrar esclarecimentos sobre possível omissão de dívidas em balanços e também de prejuízos para o Estado e para acionistas”, afirmou em sua fala em plenário.
Na avaliação do parlamentar, caso seja confirmada a ausência dessa informação no balanço da empresa, a análise tanto do Estado no pedido de privatização quanto a aprovação da privatização pela Alep poderia ser outra. “Por qual motivo um passivo que equivaleria a 14% do valor da Companhia não seria divulgado com clareza?”, questionou.
As supostas dívidas estariam relacionadas a contratos com as empresas Companhia de Energias Renováveis, Centrais Elétricas Do Rio Ribeira S/A (Celer), Fundo de Investimento em Participações em Infraestrutura, GRP Empreendimentos S/A e Cesa – Confluência Energia S/A.
O deputado Arilson comenta que trataria de um processo sigiloso na gestão da Copel e, segundo fontes protegidas pela Constituição do Estado, a dívida seria de aproximadamente R$3,5 bilhões, mas estaria reservado apenas R$ 670 milhões para pagamento desses débitos. Esse valor se referiria a um contrato de fornecimento de equipamentos para um parque eólico da Copel no Rio Grande do Norte.
“A questão é que valor não teria sido contabilizado corretamente nos balanços. No principal relatório contábil (20 F), que está disponível na página de internet da Copel, existe apenas um valor previsto de R$670.704 (seiscentos e setenta milhões e setecentos e quatro mil) para 2021”, ressaltou.
“Esses valores bilionários, caso sejam confirmados, devem constar nos balanços e nas auditorias que são feitas durante anos pela Copel e devem ser repassados aos acionistas”, questionou.
Diante de informações imprecisas, o deputado Arilson cobrou esclarecimentos de órgãos competentes e também solicitou cópias de contratos de consultorias e auditorias prestadas por escritórios, que vão conduzir as avaliações de ações e todo o processo de venda da Copel.
“Essa contratação também está esquisita, uma vez que deveria ter sido feita pelo Estado, que é o autor das ações que serão vendidas, e não a Copel. Precisamos de esclarecimentos imediatamente”, ressaltou.
ASCOM – PT na ALEP.
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