“Fui tratada como se eu fosse um marginal, fui sendo seguida por um segurança por mais de meia hora dentro do Atacadão. Isso não pode ser normal, eu perguntei para ele se eu estava oferecendo algum risco,” desabafou em um vídeo no instagram, a professora curitibana Isabel Oliveira. Ela relata que ao entrar no Supermercado Atacadão, no bairro Portão, em Curitiba, percebeu que ficou sendo seguida pelo segurança.  Izabel chegou a sair sem fazer as compras, mas retornou com o marido, tirou as roupas, ficando apenas de calcinha e sutiã,  como forma de protesto e, segundo ela, também para mostrar que não oferecia perigo.

Em seu vídeo, bastante entristecida, Isabel disse que estava apenas tentando fazer compras para a família. “Entrei para fazer as minhas compras. Isso não dá para admitir. Hoje eu fui a bola da vez, mas não dá pra gente sempre ser visto como uma ameaça,” disse.

Isabel disse ainda que ligou na Delegacia, porém disseram que “o segurança andar pelo mercado” não se configura como racismo. “Eu tive que fazer um escândalo dentro do mercado, gritando e pedindo para ser tratada com dignidade. E, aí agora eu tenho que provar que estou sendo perseguida,” diz.

Segundo ela, ao questionar o segurança se ela estava oferecendo algum risco, ele disse que estava fazendo o seu trabalho e cuidando do setor.

Em seu instagram, a professora publicou um vídeo feito pelo marido em que ela retorna e logo na entrada, tira as roupas, pega o carrinho do supermercado e consegue fazer suas compras. “Voltei à loja sem parecer uma ameaça e comprei o leite da minha filha. NÃO SOMOS AMEAÇAS (ainda😶)Última vez que entro nesse estabelecimento!”, escreveu em seu post.

O Brasil de Fato Paraná entrou em contato com o Supermercado Atacadão, que  por meio de sua assessoria de imprensa, enviou a seguinte resposta: “A empresa informa que apurou o caso, ouvindo os funcionários e analisando as imagens de câmeras de segurança, e não identificou indícios de abordagem indevida. Desde as primeiras manifestações da cliente no local, a supervisão e a gerência da loja se colocaram à disposição para ouvi-la e oferecer o devido acolhimento. Lamentamos que a cliente tenha se sentido da maneira relatada, o que, evidentemente, vai totalmente contra nossos objetivos. A empresa possui uma política de tolerância zero contra qualquer tipo de comportamento discriminatório ou abordagem inadequada. Realiza treinamentos rotineiros para que isso não ocorra e possui um canal de denúncias disponível, dando total transparência ao processo. Ressaltamos, ainda, que nosso modelo de prevenção tem como foco o acolhimento aos clientes, com diretrizes de inclusão e respeito que também são repassadas aos nossos colaboradores por meio de treinamentos intensos e frequentes.”

Reportagem de Ana Carolina Caldas, da Brasil de Fato PR.

guazelli

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