Os deputados de Oposição/Bloco PT-PDT na Assembleia Legislativa (Alep) manifestaram apoio aos docentes das universidades estaduais que estão em greve em protesto contra a proposta do governo Ratinho Jr. de recomposição salarial de apenas 5,79%, diante de perdas acumuladas de 42% desde 2016.
Com a aprovação da greve pelos docentes da Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste), todas as instituições de ensino superior do Estado estão oficialmente paralisadas. Estão em greve, além da Unicentro, Unioeste, Uenp, Uepg, Unespar, UEL e UEM.
“Os professores das nossas universidades estaduais estão em greve e a luta é justa, o motivo é justo, é pela reposição salarial, é pela reposição da inflação, da inflação que tira o poder de compra dos servidores, que empobrece os trabalhadores e é por isso que a Constituição assegura que todo ano o governo deve cumprir a data-base para manter o poder de compra dos salários. Portanto, nós estamos dando todo apoio porque a luta é justa. E peço, a toda a nossa população que apoie essa luta dos servidores públicos porque são eles que levam as políticas públicas para o nosso povo”, comentou o líder do Bloco PT-PDT, Professor Lemos.
Além da desvalorização dos servidores das universidades, os docentes protestam contra a falta de diálogo do governo do Estado e o aprofundamento do desmonte no ensino superior pelo governo Ratinho Jr. Líder da oposição, o deputado Requião Filho exigiu respeito do governador com os professores. “Os docentes estão em greve em busca do cumprimento da Lei. O governo precisa abrir negociação e explicar por que não está cumprindo a legislação. Os servidores merecem respeito!”.
O deputado Renato Freitas lembrou que a educação foi uma das áreas mais atacadas pelo governo Bolsonaro e seus aliados nos Estados, como Ratinho Jr. “Sabemos que nos últimos anos a Educação foi uma das áreas mais atacadas e desvalorizadas pelo ex-presidente e seus aliados nos governos estaduais. Aqui no Paraná, desde 2016 – ano do golpe – não há recomposição salarial para os servidores públicos das nossas sete universidades estaduais, uma perda salarial que chega a 42%. Diante disso, é irrisória a proposta de reajuste de 5,79% por parte do governo, um aumento que mal recompõe a inflação de 2022, muito menos a dos anos anteriores. Lembro ainda que essas universidades têm um papel fundamental para o desenvolvimento do estado e para a democratização do acesso ao ensino superior, sobretudo fora da capital.”
O deputado Goura, por sua vez, defendeu a greve e destacou a importância do fortalecimento da autonomia universitária e mais recursos para as instituições de ensino superior. “Nosso mandato tem se posicionado a favor das reivindicações dos servidores e das servidoras das universidades estaduais pelo fortalecimento da autonomia universitária, contra a Lei Geral das Universidades, por mais orçamento para a pesquisa, para a ciência e por melhor infraestrutura das nossas sete instituições estaduais. Nesse momento a greve pela data-base é totalmente legítima, justa e conta com nosso apoio irrestrito. A proposta do governo do estado de 5,79% é uma afronta à defasagem de 42% prevista em lei. Não estamos falando de aumento, estamos falando da reposição inflacionária dos últimos anos, então, se a gente quer ter um Paraná que respeite a ciência, que valorize a pesquisa e o ensino, é imperativo que o governador Ratinho Jr. escute as demandas e que abra uma mesa de negociação com os sindicatos para que algum atendimento ocorra”.
Presidente do PT Paraná, Arilson Chiorato destacou que educação pública de qualidade passa necessariamente pela remuneração adequada dos professores e demais servidores. Ele exigiu respeito e valorização por parte do governo Ratinho. “Uma educação pública de qualidade passa pela remuneração adequada dos professores. É justa a paralisação porque a proposta de reajuste feita pelo governo de 5,79% está longe de repor as perdas acumuladas nos últimos anos, que chegam a 42%. Os professores precisam ser ouvidos e, nessa negociação, o governo do estado precisa levar a reposição salarial a sério, porque ser remunerado corretamente não é um luxo, mas um direito de quem trabalha. Os professores, após passarem os últimos quatro anos sofrendo ataques que desqualificavam o seu valor, precisam voltar, urgentemente, a ser valorizados e respeitados”.
A deputada Luciana Rafagnin cobrou reconhecimento do governo pelo trabalho fundamental dos professores universitários para o desenvolvimento do Estado. “Meu apoio e solidariedade a todos os professores e funcionários das universidades estaduais do Paraná, que lutam por respeito e reconhecimento pelo seu trabalho. Sabemos que estão há sete anos sem reposição e acumulam mais de 42% de defasagem salaria. Me coloco à disposição nesta luta, para dialogar e cobrar do governo do Estado o reconhecimento pelo trabalho importante que fazem as universidades, gerando conhecimento e promovendo o desenvolvimento humano e tecnológico do nosso Estado”.
Já o deputado Dr. Antenor ressaltou a importância do trabalho dos docentes no que diz respeito a pesquisa e a extensão na vida das comunidades. “Ninguém evolui sem a educação no mundo inteiro. A ciência está vinculada a pesquisa que leva o ser humano a sair dos seus patamares, a modificar conceitos e a estabelecer novos paradigmas. E, isso, depende da educação de qualidade que os senhores sabem bem aplicar”, enfatizou.
Ele se solidarizou e cobrou uma posição do governador. “O governador tem que se posicionar e abrir a mesa de negociações. Os professores fazem um trabalho extraordinário e fundamental para o desenvolvimento do estado, especialmente para o futuro das gerações. Governador, faça a sua parte, valorize a categoria e cumpra o reajuste. Me coloco a inteira disposição e me solidarizo mais uma vez. Contem comigo”.
Da mesma forma, a deputada Ana Julia manifestou apoio aos docentes universitários. “O governador Ratinho Jr. se recusa a receber nossos professores universitários que estão reivindicando o aumento real de salário, uma vez que as perdas já estão em 42%. Porém, o governo estadual propôs apenas 5,79%. O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior procurou o governo do Estado para levar a demanda, que se recusou a recebê-los. Todo nosso apoio à reivindicação dos servidores das universidades estaduais do Paraná. Estamos juntos nessa luta!”
Oposição ALEP.
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