A defesa da permanência da ministra da Saúde Nísia Trindade no cargo ficou entre os assuntos mais comentados da internet, neste domingo (25) no Brasil. Pouco depois do meio dia, a frase Nísia Trindade Fica entrou nas principais tendências do Twitter.
Em menos de 3 horas, a expressão saiu do 36º lugar da lista para a segunda mais citada do site. Ficou atrás apenas dos comentários sobre o clássico do vôlei masculino Brasil X França.
A chefia do ministério é cobiçada pelo “centrão” do Congresso Nacional. Analistas e observadores políticos notam que, à frente desse movimento, está o presidente da Câmara Arthur Lira (PP).
Os interesses financeiros estariam entre os principais motivos para a tentativa de “fritura”. Com um dos maiores orçamentos da Esplanada dos Ministérios, a pasta tem a previsão de quase R$ 200 bilhões para este ano. Parlamentares também fazem pressão para que o Ministério libere verbas de emendas. Até mesmo possíveis nomes para a substituição teriam sido cogitados pelo chamado centrão.
Na segunda-feira (19) passada, no entanto, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou, que a pasta não está disponível para cotas partidárias para nenhuma legenda. Ele negou ainda qualquer tipo de pressão direta para mudanças por parte de Arthur Lira.
“Tanto para mim quanto ao presidente Lula, em nenhum momento o presidente Arthur Lira reivindicou qualquer ministério, em qualquer das conversas que teve fez qualquer tipo de reivindicação ao Ministério da Saúde ou outro ministério do governo federal”, disse Padilha.
Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já tenha enviado recados claros com garantias de que não vai substituir a ministra, a pressão pareceu continuar neste fim de semana. Internautas identificaram em matérias publicadas pela grande imprensa uma tentativa de dar fôlego ao movimento.
No sábado (25), a revista Veja chegou a soltar uma reportagem em que chamava o secretário de Saúde do Rio de Janeiro. Dr. Luizinho, de “futuro ministro da Saúde escolhido pelo Centrão”.
No dia seguinte, a mesma revista divulgou um texto em que expõe supostas críticas “generalizadas” de parlamentares à ministra. A matéria traz duas fontes anônimas para exemplificar a tese que defende. Na quinta-feira anterior (22), uma comentarista da rede de TV Globo News disse que Nísia era acusada de “não ter entregado nada” por parlamentares.
Reportagem de Nara Lacerda, da Brasil de Fato SP
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