Em franca negociação como presidente rotativo do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, o presidente Lula e diplomatas brasileiros avançam nas negociações de uma proposta para um cessar-fogo humanitário na guerra na Palestina.
O documento deve ser apresentado nesta semana ao organismo multilateral e visa proteger, especialmente, mulheres e crianças vítimas do conflito entre o Estado sionista de Israel e o Hamas. Lula anunciou no último dia 11, que vai pedir uma “intervenção humanitária” para que haja, no mínimo, um cessar fogo para retirada de crianças e mães palestinas e israelenses que estão em meio à guerra na faixa de Gaza.
“Crianças jamais poderiam ser feitas de reféns, não importa em que lugar do mundo. É preciso que o Hamas liberte as crianças israelenses que foram sequestradas de suas famílias. É preciso que Israel cesse o bombardeio para que as crianças palestinas e suas mães deixem a Faixa de Gaza através da fronteira com o Egito. É preciso que haja um mínimo de humanidade na insanidade da guerra”, anunciou o presidente brasileiro na rede X, antigo Twitter.
O maior desafio da diplomacia brasileira é apresentar um texto que tenha a adesão dos membros permanentes do Conselho de Segurança.
Para isso, o governo Lula deve incluir a condenação aos ataques do Hamas e pedir a libertação de reféns israelenses em poder do grupo palestino. Essa medida visa atender aos anseios de EUA, França e Reino Unido, que consideram o Hamas um grupo terrorista.
O Brasil segue determinação do próprio Conselho de Segurança da ONU, que não chegou a um consenso para classificar o Hamas como grupo terrorista.
Por outro lado, para receber o apoio de Rússia e China – os outros dois membros permanentes do CS -, a proposta brasileira faz um apelo para que Benjamin Netanyahu revogue a ordem de evacuação de palestinos e de funcionários da ONU de Gaza para uma invasão por terra.
O governo Lula negocia um cessar-fogo humanitário com Israel para que agências humanitárias possam entrar em Gaza. A medida daria tempo para negociação do fim do conflito e busca evitar que a guerra se alastre pela região, principalmente para o Líbano, onde já há um confronto das forças israelenses com o Hezbollah.
O Brasil preside até o fim do mês o Conselho de Segurança da ONU e a proposta pode ser votada ainda nesta segunda-feira (16).
Reportagem de Plinio Teodoro, da Revista Fórum.
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