“Nossa denúncia de uso ilegal de softwares para espionagem dentro do Governo foi escondida debaixo do tapete da impunidade no Paraná, mas nem tudo está perdido. Esperamos agora a Polícia Federal faça a sua parte”, declarou o deputado Requião Filho, autor do pedido para investigação sobre o caso dos grampos na Corregedoria Geral do Estado.

Em dezembro, o Ministério Público do Estado decidiu arquivar a investigação sobre o assunto, mas, esta semana, o Ministro da Justiça e Segurança Pública Flávio Dino encaminhou ofício ao gabinete do parlamentar paranaense, afirmando que todos os documentos relacionados à denúncia já estão com a Polícia Federal.

Diz o ofício: “Com os cordiais cumprimentos, reportamo-nos ao Requerimento (26010464), e seus anexos (26010460, 26010463, 26010466 e 26010476), do Deputado Estadual no Paraná, Requião Filho, que solicita providências para manter toda a investigação acerca da utilização de software fornecido pela empresa SUNTECH/COGNYTE/VERINT, em curso na Polícia Federal, unida em âmbito federal, e encaminha denúncia sobre suposto uso político de sistemas de inteligência contratados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná, mediante dispensa e inexigibilidade de licitação. Nesse contexto, encaminhamos o caso à Polícia Federal para as medidas investigativas legalmente cabíveis.”

“Tudo que cai nas mãos do MP PR, que envolve algo relacionado ao Governo Estadual fica protegido, sempre engavetado. O mesmo Ministério Público que tenta proteger políticos com ações de não persecução penal, mesmo após a confissão de recebimento de propina. O mesmo MP que ajuda a acobertar acordos que estão sob sigilo e manter impunes certos poderosos. Está na hora de tirarmos esse véu que cobre o MP e o TJ, esses acordos sigilosos, essas trocas de cargos e favores entre os poderes”, declarou Requião Filho.

“Durante o ano de 2023, recebemos diversas denúncias e averiguamos cada uma, antes de encaminhá-las ao MP. Uma delas, envolvendo o edital que reinventou a Lottopar, e o outro, envolvendo esse caso de espionagem do governo. Na primeira, descobrimos que doadores de campanha do governador estavam na secretaria que fez o edital da loteria e posteriormente o ganharam, sem concorrentes. E a segunda, descobrimos que o governo tinha contratado o software espião israelita conhecido por ter feito monitoramento de adversários pelo governo Bolsonaro para sua própria Controladoria Geral do Estado, e ainda teriam uma sede fantasma cujo aluguel passava de milhão e depois disseram que nunca usaram, representando um grande desperdício de dinheiro público”, recordou.

ASCOM – Oposição na ALEP.

guazelli

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