A Câmara dos Deputados realizou nesta terça-feira (13) sessão solene em homenagem à Marcha das Margaridas no plenário Ulysses Guimarães, movimento de trabalhadoras rurais, que busca melhores condições de vida no campo e nas florestas. O lema desta sexta edição da marcha é “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”. O nome é inspirado na líder sindical paraibana Margarida Maria Alves, assassinada no dia 12 de agosto de 1983, aos 50 anos.

O combate à violência contra as mulheres é um dos principais pleitos das agricultoras presentes na capital federal. “A gente sabe que, no nosso país, cada vez mais, o índice de feminicídio está muito alto e fica meio invisível na sociedade, sobretudo para as mulheres trabalhadoras rurais”, disse Maria José Moraes Costa, secretária de Mulheres da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e coordenadora-geral da Marcha das Margaridas.

Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), uma das autoras do requerimento para a sessão solene, a Marcha das Margaridas faz parte da história da luta das mulheres do campo. “É a reprodução por milhares de mulheres do que foi a vida e a luta de Margarida Alves, que dizia: ‘é melhor morrer na luta do que morrer de fome’. Ela enfrentou o latifúndio e organizou os trabalhadores e trabalhadoras na sua região”, disse a parlamentar.

O movimento tem este ano dez eixos temáticos, entre eles a proteção e conservação da biodiversidade, o direito à educação do campo e o fortalecimento da participação política das mulheres. “Nosso caráter é denunciar todo tipo de retrocesso, e, ao mesmo tempo, de resistência e de proposição, de anunciar tudo o que estamos construindo e o que a gente deseja enquanto margaridas do campo, da floresta e das águas”, afirmou Maria José.

Agência Brasil.

Imagem: Marcelo Camargo.

guazelli

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