O Edifício Berrini 550, localizado na Zona Sul de São Paulo, divulgou um comunicado restringindo a circulação de chineses no local. Segundo o condomínio do prédio, muitos “orientais” circulam no local por sediar a Miniso Brasil, empresa japonesa de design e varejo.
Segundo reportagem do jornalista Matheus Moreira, da Folha de S. Paulo, entre as “condições para que nossos ‘irmãos’ chineses possam acessar as dependências do prédio” estão o uso obrigatório do elevador “privativo”, de álcool em gel e de máscaras cirúrgicas. A justificativa é a epidemia do novo coronavírus (2019-nCoV).
A empresa Miniso rechaçou a medida e exigiu que o comunicado fosse retirado. “A Miniso Brasil não consente com qualquer tipo de preconceito e discriminação seja de cor, credo, raça ou etnia e atua sempre pelo bem-estar de todos os seus funcionários, independente de sua nacionalidade”, disse em nota.
O Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) também se manifestou contra a medida: “O Instituto Sociocultural Brasil-China vem a público manifestar repúdio a todo e qualquer tipo de discriminação contra a comunidade chinesa e asiática. O combate aos crimes de racismo e xenofobia é um compromisso de todos que defendem uma sociedade justa e igualitária. Destacamos que estes crimes são imprescritíveis e inafiançáveis”.
Alguns casos de racismo contra asiáticos tem chamado atenção nos últimos dias em meio ao surto do coronavírus. No Rio de Janeiro, uma jovem foi chamada de “chinesa porca” no metrô por uma mulher na sexta-feira da última semana. “Nunca passei por algo tão escancarado assim, de ser xingada em público”, declarou a estudante de Direito Marie Okabayashi em entrevista à Fórum.
Revista Fórum.
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