Terminou em confusão e depredação a manifestação antirracista organizado ontem à noite, em Curitiba. Segundo o Bem Paraná após o encerramento da manifestação na UFPR, na praça Santos Andrade, um grupo de pessoas que carregavam uma faixa da Antifa passaram a promover uma passeata em direção ao centro, passando pela Rua XV até o Centro Cívico.

Dali por diante tiveram 2 confrontos com os policias: uma, num grupo menor, em frente ao Colégio Estadual do Paraná; a segunda foi quando alguns dos manifestantes queimaram a bandeira do Brasil (estendida a meio mastro por conta da morte de servidores da Casa Civil, em Ponta Grossa num acidente de carro) – neste caso parte dos manifestantes depredaram agências bancárias, o Shopping Mueller e a sede do Fórum de Curitiba.

Neste último os policiais pediram reforço e a tropa de Choque da Polícia Militar chegou com bombas de gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes na Avenida Cândido de Abreu. Há relatos e vídeos da ação da PM com os manifestantes, que o acusaram de truculência com os manifestantes pacíficos. A PM respondeu que apenas quis proteger os “manifestantes de bem”.

Segundo a Prefeitura de Curitiba foram danificados sete pontos na Praça Tiradentes, onde os totens com mapas das linhas foram quebrados. Sofreram vandalismo os pontos das linhas Mateus Leme, Suíça, Detran, Itupava, Juvevê, Água Verde, Abranches e Ahú. Apesar dos danos, os pontos funcionavam normalmente nesta terça-feira (2/6).

No Centro Cívico, foram quebrados vidros das estações-tubo Palácio e Comendador Fontana, no sentido Centro Cívico. Na Cândido de Abreu foram pichados tubos e totens da Clear Channel foram quebrados. A Urbs continua nesta terça-feira (2/6) o trabalho de troca dos vidros quebrados.

Organização responde

A organização respondeu, por meio de nota, sobre o ato de vandalismo em que eles acreditam que sejam de infiltrados:

“A organização do ato CONTRA O RACISMO EM CURITIBA vem a público manifestar que, diferentemente do vinculado nas redes sociais e na imprensa, os manifestantes, além de utilizar proteção para evitar a propagação da epidemia de COVID-19, comportaram-se de maneira ordeira, em defesa da democracia e contra o racismo!

O ato foi um sucesso. Reuniu muitas pessoas, teve uma atmosfera esperançosa por dias melhores.

Nossa luta é por igualdade, contra o racismo, a violência contra jovens negros nas periferias, a proliferação de grupos que propagam o ódio e o genocidio de brasileiros promovido pela falta de uma política clara de saúde durante esta pandemia.

Infelizmente, no final do ato, em uma dispersão de alguns poucos, houve vandalismo contra o patrimônio público. O que, ao nosso ver, é muito estranho e suspeito e representa a presença organizada de infiltrados que desejam a criminalização do movimento.

O uso de força excessiva por parte da polícia demonstra também a incapacidade de diálogo e a opção pela agressão.

Conclamamos a união de curitibanos de forma individual ou através dos movimentos sociais para a defesa da democracia contra o racismo.

*Assinam esta nota*
Movimento Feminista de Mulheres Negras ✊🏿

Bando Cultural Favelados da Rocinha FAVELA ✊🏿

União da Comunidade dos Estudantes e Profissionais Haitianos ( UCEPH) ✊🏿

J23 – Juventude do Cidadania ✊🏿

Rede nenhuma Vida a Menos ✊🏿

Apoio do Grupo Dignidade e da Aliança Nacional LGBTI+
✊🏿❤️🌈

Coletivo Enedina da UTFPR ✊🏿”

Reportagem: Pedro Lima.

Com informações do Bem Paraná e Prefeitura de Curitiba.

Imagem: Floribela Leticia / CWB Resiste.

guazelli

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