A decisão de prorrogar a Lava Jato foi comemorada por vários senadores no Twitter. A Procuradoria Geral da República (PGR) autorizou, na quarta-feira (9), a prorrogação da força-tarefa até 31 de janeiro do ano que vem. O prazo terminaria ontem (10).

O senador Lasier Martins (Podemos-RS) comemorou a autorização de mais quatro meses de trabalho à Lava Jato. Para o senador, a força-tarefa é responsável por mudar “a histórica impunidade contra figurões” e já resultou “na prisão de centenas de políticos e empresários”. Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apontou que “os poderosos deste país tentam matar a todo custo” a Lava Jato. Na opinião do senador, a força-tarefa “arrancou a máscara da face oculta do esquema de corrupção que parasita o Brasil”.

Já o senador Alvaro Dias (Podemos-PR) destacou que seu partido enviou um ofício à PGR pedindo a prorrogação da força-tarefa. Segundo Alvaro, o documento que autoriza a prorrogação também indica que o Conselho Superior do Ministério Público Federal (CSMPF) deve adotar soluções para ampliar e institucionalizar a atuação conjunta no combate à corrupção em todo o país.

Conforme informou Eduardo Girão (Podemos-CE), a Lava Jato já recuperou R$ 4 bilhões para os cofres públicos. Ele também registrou que a operação teve 71 fases e viabilizou 159 condenações. Girão, no entanto, lamentou “o prazo tão curto de continuidade de uma das operações mais confiáveis e acreditadas do nosso país”. Os integrantes da força-tarefa queriam mais um ano de prorrogação. O senador ponderou que “a limpeza ainda não acabou” e acrescentou que “a gente sabe que tem muito mais gente para prestar contas à Justiça”. Ele pediu a mobilização da sociedade em defesa da força-tarefa e a favor de medidas de combate à corrupção.

— Infelizmente, a Lava Jato vem sofrendo reveses desde o ano passado. Completando seis anos de atuação, a Lava Jato é um símbolo brasileiro positivo do enfrentamento da corrupção — disse o senador, em vídeo divulgado por sua assessoria.

Críticas

O senador Humberto Costa (PT-PE), porém, critica o que chama de viés político da Lava Jato. Ele citou, especificamente, a busca em escritórios de advocacia, entre os quais o de Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente Lula. A busca promovida nessaa quarta-feira (9) teve como justificativa uma suposta interferência indevida dos advogados em instâncias da Justiça.

Para Humberto, foi um profundo desrespeito às prerrogativas profissionais dos advogados, além de uma retaliação política. Ele definiu a operação como “um ato político para retaliar quem revelou os abusos cometidos na Lava Jato e as relações espúrias dos seus membros com entidades públicas e privadas brasileiras e também do exterior”.

— Foi um ato político daqueles que já criminalizaram a política e que agora querem criminalizar a advocacia em nosso país — declarou o senador, durante a sessão remota de quarta (9).

Na visão do senador Rogério Carvalho (PT-SE), “já passou da hora de termos a Lava Jato da Lava Jato”. Em sua conta no Twitter, o senador disse que o Brasil não suporta mais “a imoralidade, seja na política ou no meio judicial”. Segundo o senador, o procurador Deltan Dallagnol — ex-coordenador da Lava Jato, que recentemente deixou a operação — tem várias denúncias no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e “precisa pagar pelos seus crimes”.

Lava Jato

Os defensores da Lava Jato classificam a força-tarefa, realizada a partir de Curitiba (PR), como a maior operação da história do país no combate à corrupção. Em seis anos de atuação, a operação já condenou políticos como o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-presidente Lula. Seus críticos, porém, questionam a parcialidade de seus juízes e procuradores, reclamam de uma suposta atuação midiática e apontam uma série de infrações a regras do direito. Várias das decisões da Lava Jato têm sido anuladas no Supremo Tribunal Federal (STF).

Agência Senado.

guazelli

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