Quando questionado sobre estar arrependido do voto em Bolsonaro, Mandetta alega que “não tinha outra opção” e que buscava uma “ruptura”. Mais uma vez, no entanto, o ex-ministro foi pressionado sobre a escolha pelo ex-capitão no primeiro turno das eleições.
“Eu não tinha outra opção. A outra opção petista eu também teria arrependimento. A do PT eu estava convicto que não deveria, acho que era uma coisa moral naquele momento. Essa outra era uma ruptura. O que essa ruptura fez? No meu capítulo, que é de saúde, que é onde eu entendo profundamente as consequências, estou extremamente arrependido, extremamente frustrado”, disse.
“Mas o senhor votou nele no primeiro turno”, provocou o jornalista Luis Megale, da TV Bandeirantes. “Eu achava que o Alckmin tava muito… Não rolou empatia. Eu achei que era um momento de ruptura, não dava mais”, respondeu Mandetta.
Coronavírus
Para o médico, a defesa de Bolsonaro ao uso de cloroquina como forma de tratamento eficaz contra o coronavírus, mesmo que o medicamento não tenha comprovação científica, está ligada ao comportamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Acho que foi o Trump. Eu vi muito, na viagem dele [Bolsonaro] para a Flórida, o Trump falando de cloroquina. De lá veio uma coisa meio ensaiada”, disse.
Mandetta apontou ainda para as estratégias semelhantes dos dois presidentes ao lidar com a pandemia. “Os dois começaram, ao mesmo tempo, atacar a China. Depois, a China retaliou. Me pareceu uma lógica: ‘nós temos que dar uma solução para o pessoal voltar a trabalhar e nós temos que ter uma culpa em um inimigo externo’. Uma coisa bem política”, completou.
O ex-ministro disse ainda que Bolsonaro tinha consciência de que suas escolhas políticas durante a pandemia colocariam a vida das pessoas em risco. “Não acho que seja despreparo. Eu acho que foi uma decisão consciente, sabendo dos números, apostando em um ponto futuro”, disse.
Reportagem de Luisa Fragão, da Revista Fórum.
Comentar