Com a apuração dos votos ainda em andamento, o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi às redes sociais na madrugada desta quarta-feira (4) para declarar vitória nas eleições. Ele também voltou ameaçar ir à Suprema Corte para denunciar uma suposta “fraude” contra ele e pediu para que a contagem de votos parasse. A declaração preocupou autoridades internacionais e entidades de direitos humanos.

“Esta é uma fraude contra o povo americano (…). Ganhamos estas eleições”, afirmou Trump em pronunciamento na Casa Branca. “Iremos à Suprema Corte. Queremos que pare todo o processo de votação. Não queremos que eles encontrem cédulas às 4 horas da manhã e as acrescentem ao desastre”, acrescentou.

No Twitter, Trump fez diversas publicações com o argumento de as eleições estão sendo manipuladas. “Estamos GRANDES, mas eles estão tentando ROUBAR a eleição. Nós nunca vamos deixá-los fazer isso. Os votos não podem ser lançados após o encerramento das votações”, afirmou.

No momento da declaração na Casa Branca, Trump tinha 213 dos 270 delegados do Colégio Eleitoral necessários para um candidato vencer o pleito. No mesmo instante, no entanto, Biden estava com 224. Além disso, a contagem em estados considerados “decisivos”, como Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, ainda estava em andamento.

Em entrevista a Jamil Chade, no UOL, um diplomata europeu criticou Trump e disse que suas ameaças são uma nova dimensão de fake news. “Nossos piores cenários estão se confirmando”, admitiu. “O termo fake news pode ganhar uma outra dimensão depois dessa eleição. Ela não só manipula votos. Mas ameaça tirar dos trilhos toda uma democracia”, avaliou.

“Isso não vai terminar bem”, alertou outro negociador na cúpula da ONU.

Com o temor de uma possível manipulação do pleito, entidades de direitos humanos passaram a cobrar fiscalização por parte de líderes democráticos. Kenneth Roth, diretor-executivo da Human Rights Watch, pediu para que líderes atuem para “garantir que todos os votos sejam validados”.

“Agora, os autocratas podem ficar perfeitamente felizes em minar a democracia nos Estados Unidos, acolhendo uma declaração de vitória prematura”, disse o ativista. “Os líderes que se preocupam com a democracia devem prestar atenção ao que os eleitores querem como determinado pelas regras eleitorais, ao invés do que os candidatos dizem. Se todos nós continuarmos comprometidos com a democracia, poderemos alcançar um resultado justo”, completou.

Antes da declaração de Trump, Biden foi às redes sociais por volta das 3h e escreveu que “não é minha função ou de Donald Trump declarar o vencedor desta eleição. É o lugar dos eleitores”.

Reportagem de Luisa Fragão, da Revista Fórum.

guazelli

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