Deputados de diversos partidos manifestaram repúdio pela morte de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos que foi espancado por seguranças em um supermercado da rede Carrefour, em Porto Alegre (RS). Por meio de suas redes sociais, os parlamentares lamentaram o episódio, ocorrido na noite de quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra (20 de novembro).

“O assassinato de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, na véspera do #DiaDaConscienciaNegra, nos lembra que, no nosso país, a luta antirracista ainda tem um longo caminho pela frente. Minha solidariedade aos amigos e familiares de Beto. A nossa luta agora é por justiça!”, disse a deputada Tabata Amaral (PDT-SP).

“Num país como o Brasil, forjado na escravidão, onde a cada 23 minutos uma pessoa negra é morta, precisamos dar um fim nessa estrutura genocida e racista, nesse ciclo que há séculos mata e cria abismos sociais nesse país”, comentou o líder da Minoria, deputado José Guimarães (PT-CE).

A líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), também manifestou repúdio. “Se você não se indignar com esse vídeo [o registro da agressão], é porque já morreu por dentro! Na véspera do Dia da Consciência Negra, João Alberto foi espancado e morto por seguranças do Carrefour em Porto Alegre! O crime? Ele era negro! Racismo mata!”

Usando a hashtag “VidasNegrasImportam”, o líder do MDB, deputado Baleia Rossi (MDB-SP), afirmou: “Que Deus conforte a família da vítima dessa atrocidade. Todas as autoridades do País precisamos nos manifestar contra isso e tomar mais atitudes”.

O líder do PSDB, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), foi outro a lamentar o episódio de violência. “O Dia da Consciência Negra amanheceu com as imagens brutais de um negro sendo espancado até a morte em um supermercado de Porto Alegre. Um crime bárbaro, que nos causa indignação, revolta e mostra que, infelizmente, ainda existe racismo em nosso país. É inaceitável qualquer tipo de violência, ainda mais se for motivada por discriminação racial”, disse.

Racismo estrutural
O líder do PDT, deputado Wolney Queiroz (PDT-PE), citou a necessidade de combate ao racismo estrutural: “Dia da Consciência Negra e mais uma notícia da triste realidade desse racismo estrutural que ainda assola o Brasil: João, assassinado por seguranças do #Carrefour. Negros são 75,7% dos brasileiros assassinados em 2018. Todos juntos na luta antirracista #VidasNegrasImportam”.

O líder do Novo, deputado Paulo Ganime (Novo-RJ), classificou o episódio como “brutal e covarde”. “Absurda a morte de João Alberto Silveira Freitas. Atitude brutal e covarde que aconteceu no Carrefour de Porto Alegre. Não é a primeira vez que fatos absurdos acontecem nas dependências da rede francesa. Uma vez pode ser erro individual, duas vezes pode ser coincidência, mas quatro?”, questionou.

A deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) criticou a fala do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que afirmou não haver racismo no País. “O vice-presidente Hamilton Mourão disse hoje que racismo não existe no Brasil. Hoje, Dia da Consciência Negra e em que o Brasil se revolta com a morte de um homem negro a chutes e pontapés no Carrefour.”

“Quando se ouve que não há racismo no Brasil, devemos observar de onde vem a afirmação, se de alguma fonte ignorante, ou de alguém interessado na manutenção desse flagelo, resultado de uma escravidão ainda não superada e a perpetuação da ideologia da casa-grande”, apontou o líder do PT, deputado Enio Verri (PT-PR).

O líder do PSB, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou que o racismo “não só existe, como mata”. “Um governo que nega as mazelas estruturais de nossa sociedade a empurra para o abismo. É isso o que vemos o tempo todo. Basta.”

“As cenas que vimos em vídeo ontem em Porto Alegre revoltam e reforçam a sociedade doente que vivemos, de um racismo estrutural. É preciso colocar um fim nessa triste realidade. A luta antirracista precisa ser de todos. Justiça e respeito!”, postou o líder da oposição, deputado André Figueiredo (PDT-CE).

Investigação
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, deputado Helder Salomão (PT-ES), pediu urgência na investigação do caso e a punição dos envolvidos. “É um homicídio trágico em um quadro sistêmico e intolerável. As imagens que circulam nas redes sociais são nítidas e mostram a absoluta desproporcionalidade nas agressões e indicam até mesmo a prática de tortura”, declarou.

O parlamentar ressaltou que os dois agressores de João Alberto Silveira Freitas foram presos em flagrante. “Um deles é policial militar e foi levado para um presídio militar. O outro é segurança da loja e está em um prédio da Polícia Civil. Um deles não tem o registro nacional para atuar na profissão, mas a polícia não informou qual dos dois. Ambos são funcionários de uma empresa terceirizada.”

Helder Salomão acrescentou que João Beto, como era conhecido a vítima, era soldador de portões e deixa mulher e uma enteada.

Agência Câmara de Notícias.

Imagem: Maryanna Oliveira.

guazelli

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