O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) moderou o tom ao dar depoimento à Câmara dos Deputados nesta sexta-feira (19) diante da sessão que irá decidir se a casa legislativa acompanha o Supremo Tribunal Federal e mantém a prisão do bolsonarista. Ele se disse arrependido.
“Em momento algum, assisti meu vídeo diversas vezes, eu consegui entender o momento da minha raiva. Peço desculpas a todo o Brasil. Eu me excedi, de fato, na fala. Foi um momento passional”, afirmou o parlamentar.
“Minhas palavras foram duras até para mim. Tinha outros modos de manifestar minha fala”, completou Silveira, que alega ter imunidade parlamentar para proferir seus ataques.
“Quem nunca fez isso na vida?”, questionou ainda. “O ser humano vai de 0 a 100 muito rapidamente”, disse.
Silveira ainda afirmou que reconhece a importância do STF.
Arthur Lira
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), por sua vez, adotou tom duro. “Sou ferrenhamente defensor da inviolabilidade do exercício da atividade parlamentar, mas, acima de todas as inviolabilidades, está a inviolabilidade da democracia. Nenhuma inviolabilidade pode ser usada para violar a mais sagrada das inviolabilidades”, disse.
O parlamentar afirmou que o julgamento é “um ponto fora da curva” para a Câmara, sinalizando ao STF que a casa não irá aceitar situações semelhantes com outros parlamentares.
“Em nome da responsabilidade, quero anunciar uma comissão pluripartidária para que nunca mais Judiciário e Legislativo corram o risco de trincar a relação de altíssimo nível das duas instituições por falta de uma regulação ainda mais específica do artigo 53 da Carta Magna”, afirmou.
Lira disse ainda que o episódio pode representar um empoderamento do Conselho de Ética.
Reportagem de Lucas Rocha, da Revista Fórum.
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