Dirigentes do PL, partido do presidente Bolsonaro, se encontraram nesta quarta-feira (27) com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin. Na conversa, os políticos afirmaram que confiam no sistema eleitoral do Brasil e que vão participar do processo de fiscalização das eleições “sem causar tumulto”. As informações são do jornal O Valor. 

Participaram da reunião, que foi requerida pela legenda, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto e o deputado Capitão Augusto (SP), tido como o número dois do partido. 

O objetivo da reunião era apaziguar a relação com o TSE após os ataques de Bolsonaro contra as urnas eletrônicas. Valdemar Costa Neto, segundo o Valor, teria dito ao ministro Edson Fachin que o PL desistiu de indicar a empresa Instituto Voto Legal para auditar as eleições. 

O encontro dos dirigentes do PL com o presidente do TSE isola ainda mais Bolsonaro que, após o seu encontro com os embaixadores, onde apresentou uma série de mentiras sobre as urnas eletrônicas e o processo eleitoral brasileiro, teve como resposta manifestação do Departamento de Estado dos EUA e manifestos assinados por várias organizações da sociedade civil. 

Presidente do Superior Tribunal Militar diz que não é papel das FFAA se envolver em eleições 

Ao contrário dos generais lotados no governo Federal, incluindo no Ministério da Defesa, o General Luís Carlos Gomes Mattos, presidente do Superior Tribunal Militar, defendeu nesta quarta (27) que é a Justiça Eleitoral quem deve decidir sobre as eleições, diante de jornalistas, em seu discurso de despedida do Tribunal.

O general que completou 75 anos de idade e está sendo aposentado compulsoriamente por limite de idade, defendeu que as Forças Armadas devem atuar dentro dos seus limites, quando e se solicitadas, para garantir que o processo eleitoral seja legítimo, democrático e tenha respaldo popular, como uma verdadeira burocracia de Estado.

“Temos uma Justiça Eleitoral que é responsável pelo funcionamento das eleições. Nossa missão é diferente, não temos que nos envolver, mas garantir que o processo seja legítimo. Essa é a missão das Forças Armadas”, declarou.

Apesar da declaração, é importante recordar que no ano passado, em entrevista, o Gomes Mattos deu declarações afirmando que Bolsonaro não ameaçava a democracia brasileira e que, assim, a oposição estaria “esticando a corda”, além de ter defendido a gestão de outro general, Eduardo Pazuello, à frente do Ministério da Saúde. O mesmo que é especialista em logística e confundiu as capitais Manaus e Macapá quando da necessidade de enviar respiradores.

Arthur Lira e banqueiros se manifestam pela democracia e isolam Bolsonaro 

Nove dias após o repúdio de instituições e autoridades brasileiras e internacionais à tentativa golpista de Jair Bolsonaro (PL) de atacar o sistema eleitoral em reunião com embaixadores, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL), declarou que “sempre fui a favor da democracia e confio no sistema eleitoral”.

A fala de Lira, em entrevista coletiva durante a convenção de seu partido, o Progressistas – novo nome do PP -, aconteceu nesta quarta-feira (27), mesmo dia em que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) decidiu aderir à Carta em defesa da Democracia, divulgada pela Faculdade de Direito da USP, que ganhou mais de 100 mil adesões em 24 horas.

Em nota, a federação que representa os banqueiros do país afirma que “no âmbito de sua governança interna, por maioria, deliberou por subscrever documento encaminhado à entidade pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), intitulado ‘Em Defesa da Democracia e da Justiça’”.

Reportagem de Marcelo Hailer, da Revista Fórum.

guazelli

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