No debate realizado na TV Bandeirantes neste domingo (16), o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) escolheu como assessores dentro do estúdio seu filho Carlos Bolsonaro e seu ex-ministro da Justiça Sergio Moro. O ex-juiz também apareceu ao lado do presidente na entrevista coletiva concedida a veículos de imprensa ao fim do encontro.

O ex-procurador Deltan Dallagnol, também assistiu ao debate no estúdio da emissora em São Paulo, convidado por Bolsonaro. A reaproximação entre Bolsonaro e os lavajatistas se deu durante a campanha do primeiro turno, mais de dois anos após um rompimento ruidoso no qual Moro apontou que o ex-chefe teria trocado o comando da corporação para proteger aliados e familiares.

Em 24 de abril de 2020, o ex-juiz se desligou da gestão atirando. “O presidente me disse mais de uma vez, expressamente, que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligência, seja o diretor, seja superintendente… E, realmente, não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação”, falou, no anúncio de seu desligamento.

O ex-magistrado ainda acusou indiretamente Bolsonaro de falsidade ideológica, afirmando não ter assinado o decreto de exoneração do diretor-geral demitido Mauricio Valeixo. “A exoneração que foi publicada, eu fiquei sabendo pelo Diário Oficial pela madrugada. Eu não assinei esse decreto. Em nenhum momento isso foi trazido. Em nenhum momento o diretor-geral da PF apresentou pedido formal de exoneração. Depois ele me comunicou que ontem à noite recebeu uma ligação dizendo que ia sair a exoneração a pedido e se ele concordava.”

Para Bolsonaro, Moro era “traíra e mentiroso”

Em 31 de março, após a Polícia Federal ter encerrado inquérito motivado pelas denúncias de Sergio Moro em relação à alegada interferência de Bolsonaro na própria PF, fez afirmações desabonadoras sobre seu ex-ministro.  “Sergio Moro: além de traíra é mentiroso’, falou, durante sua live semanal.

As supostas diferenças entre eles, contudo, foram aparentemente resolvidas. Bolsonaro, inclusive, revelou em 6 de outubro que ligou para Moro. “Apagamos o passado”, disse o presidente.

Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em 2017, em caso relacionado a um triplex no Guarujá, em São Paulo. Em março de 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações de Lula no âmbito da Lava-Jato por considerar Moro parcial.

Reportagem de Brasil de Fato.

guazelli

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