Na última sessão plenária da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) antes do segundo turno da disputa presidencial no Brasil, nesta quarta-feira (26), cinco vereadores trataram do assunto em plenário, o que resultou em um enérgico debate sobre as eleições gerais marcadas para o próximo domingo (30). Carol Dartora (PT), Ezequias Barros (PMB), Professora Josete (PT), Mauro Ignácio (União) e Renato Freitas (PT) utilizaram o espaço do pequeno expediente, no início dos trabalhos, para tratar do processo eleitoral. Com o acirramento dos ânimos, o presidente da CMC, Tico Kuzma (Pros), precisou intervir e pedir “atenção e respeito aos convidados” em plenário.
Primeira a falar, Carol Dartora classificou como “barbárie” o aumento dos inquéritos abertos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) para investigar casos de assédio eleitoral dentro de empresas. “Tem denúncia em 41 dos 399 municípios, nós lideramos o ranking de denúncias da Região Sul”, afirmou Dartora, citando as 123 ocorrências registradas, 14% do total de 847 autuadas no país. “Estivemos paquerando com o fascismo e com o autoritarismo nos últimos anos, mas especialmente nesse período eleitoral aqui no Brasil e no estado do Paraná”, afirmou. Ela também criticou o assédio eleitoral dentro dos ambientes religiosos, citando a agressão ao padre Edson, da Paróquia Nossa Senhora da Luz, em Fazenda Rio Grande, e pastores que pedem voto dentro dos templos.
O comentário de Carol Dartora sobre assédio eleitoral dentro dos cultos evangélicos foi criticado por Ezequias Barros. “Quando era o PT que tinha liberdade dentro das igrejas evangélicas, aí podia pedir voto? Eu vi e presenciei isso. Agora diz que não se pode fazer isso. Qual a diferença do sindicato para um local como a igreja, onde o povo se reúne? Diferença nenhuma!”, contestou o parlamentar. “A igreja evangélica se levantou, a igreja evangélica acordou. Eu não queria falar sobre isso na véspera da eleição, mas chega”, continuou Ezequias Barro, que, a exemplo de sessões anteriores, voltou a associar o Partido dos Trabalhadores à recente perseguição de religiosos na Nicarágua. “Não queremos nossas igrejas fechadas”, disparou, declarando voto em Jair Bolsonaro.
“Nós estamos na véspera de uma eleição. Precisamos ter equilíbrio e bom senso, que começa por não mentir, por não espalhar fake news”, respondeu Professora Josete, alegando que associar a esquerda ao fechamento de igrejas é coisa de “mundo paralelo”. “Se nesse país alguém respeitou a fé e a religiosidade da população, essa pessoa foi o ex-presidente Lula, sancionando a lei que garante a liberdade religiosa”, continuou Josete, argumentando que ele e Dilma não protagonizaram atos antidemocráticos. “A fome voltou ao país e ninguém quer lembrar disso. Queremos um Brasil sem violência, sem morte e sem fascismo”, discursou.
Mauro Ignácio pediu serenidade aos colegas, que a essa altura discutiam em plenário, fora do microfone, sobre o tema das eleições. “É preciso, sim, serenidade. É preciso acalmar os ânimos, pois sabemos que a definição eleitoral se dará apenas no domingo e as consequências são imprevisíveis. Quem quer que esteja no governo terá que atender o país como um todo. Chega de extremismo, vamos pensar na população que precisa de nós, que precisa desta Casa e de resultados. Vamos trabalhar e fazer o nosso dever”, opinou o parlamentar.
Encerrando o pequeno expediente, Renato Freitas disse que o pleito nacional de 2022 é “o maior desafio que a história brasileira nos coloca”. “Nós somos contemporâneos de uma luta histórica pela democracia. Há um clamor nas ruas, nas periferias, entre os mais fracos, entre os fragilizados, aqueles afetados pela crise pandêmica e financeira que se estabeleceu em nosso país. Enquanto surgiram novos bilionários, multiplicou-se o número de miseráveis”, opinou o vereador.
ASCOM – CMC.
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