Um grupo de médicos denuncia uma série de irregularidades, parcialidade e falta de transparência no processo eleitoral do CREMESP (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), que escolhe nos próximos dias 14 e 15 de agosto seus titulares e suplentes para a gestão 2023-2028.

O CREMESP é o maior Conselho de Medicina da América Latina, com 140 mil inscritos só em São Paulo e mais de 500 mil em todo o país, com um orçamento anual na casa das centenas de milhões de reais. Os 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) espalhados pelos estados brasileiros e o Distrito Federal terão pela primeira vez uma votação acontecendo pela internet.

O que motivou as denúncias é o fato de chapas de oposição à gestão atual (que se confunde com a “chapa 1”) terem tido sérios e variados empecilhos para ter suas inscrições concluídas antes do pleito. Sem isso, não podem fazer campanha, enquanto a chapas de situação conseguiram de imediato o aval para a própria divulgação.

Entre os problemas relatados pelos profissionais que integram três das sete chapas envolvidas no pleito em São Paulo estão:

  • 1)       Impedimento de registro das chapas, mesmo com a entrega de todos os documentos exigidos, dentro do prazo (20 de junho) e seguindo os critérios determinados pelo estatuto, edital e Resolução/CFM 2315, norma que rege as eleições de 2023.
  • 2)       Ausência de argumentação técnica para indeferimento dos registros das respectivas chapas.
  • 3)       Interposição de recurso visando à participação no pleito analisado − e negado − em minutos pela Comissão Regional Eleitoral.

Integrantes de uma das chapas excluídas do pleito – a Chapa 5, denominada “CREMESP COMO DEVE SER”, afirmam que é inadmissível que a gestão atual imponha obstáculos à participação de outras chapas no certame, o que configura uma grave afronta ao processo, que deveria ser democrático e transparente, seguindo a legislação eleitoral, mas impõe aos demais que desejam concorrer, e não são da ‘situação’, uma evidente desvantagem e um tratamento injusto.

Em concordância com isso, os médicos vêm denunciando a veiculação por apoiadores da gestão atual de informações falsas e tendenciosas, que identificam somente a chapa que representa a situação como sendo “de direita”, valendo-se do fato de a classe médica hoje posicionar-se de forma mais conservadora, no espectro político.

Chama atenção também o fato de que as chapas homologadas que fazem oposição estão sendo impugnadas ou têm seu direito de campanha suspensos sem dificuldade aparente, e de forma irrevogável.

Em razão de todas essas dificuldades e irregularidades que cercam o pleito de São Paulo, beneficiando uma chapa única, a Chapa 5 – “CREMESP COMO DEVE SER” entrou com um Mandado de Segurança na Justiça Federal, com fins de concorrer às vésperas da eleição, mesmo sem ter feito campanha.

guazelli

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