Lula, que pode ter a candidatura barrada com base na Lei Ficha Limpa, está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, desde abril deste ano e proibido de dar entrevistas e gravar vídeos no cárcere. No dia 11 de setembro, porém, em pleno período de campanha eleitoral, Lula tem um encontro marcado com o juiz federal Sergio Moro, para um interrogatório no caso do sítio em Atibaia. Oportunidade inusitada do ex-presidente Lula fazer campanha, caso o PT insista em manter sua candidatura à Presidência da República neste ano.
Os processos conduzidos por Moro na Lava Jato são públicos e todos os depoimentos são gravados em vídeo e disponibilizados horas depois no sistema eletrônico da Justiça Federal, em Curitiba. O encontro de Lula com o juiz pode ser, portanto, a oportunidade para o petista garantir vídeos novos para a campanha e para o programa eleitoral do partido.
“Se ele tiver a oportunidade de falar e as pessoas tiverem oportunidade de vê-lo em uma bancada, sentado, de terno e gravata, isso resgata um pouco da memória recente dele e eles [eleitores] vão ter a visão não tão caracterizada de um preso.”, analisa o especialista em marketing político, Marcos Zablonsky.
Zablonsky aposta que o partido vá usar fragmentos do depoimento durante a campanha para a presidência – seja Lula ou o “plano b” o candidato do partido a essa altura. “Ele [Lula] sabe trabalhar muito a questão da analogia, das metáforas, ele trabalha com um diálogo para um público bem especifico, ele é um grande orador. E ele conhece o momento, ele tem esse timing, percebe o valor da mídia, sabe a importância de sua fala, de sua forma de se expressar, gestual. Tem uma narrativa muito bem pensada”, completa o especialista.
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