Num caso de admiração não correspondida, o candidato ao governo estadual Ogier Buchi (PSL) vive a frustração de não ter o apoio do presidenciável do seu próprio partido, o deputado federal Jair Bolsonaro(PSL). Em meio à confusão do registro da candidatura de Ogier, na quarta-feira (15/08), veio a público um áudio em que Bolsonaro declara que a preferência no Paraná é por Ratinho Jr (PSD), ignorando o concorrente da legenda.
Na tarde de sábado (18/08), quando o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) aceitou a documentação da candidatura, que passa a ser analisada juntamente com as demais, a Gazeta do Povo entrevistou Buchi sobre o alinhamento das propostas dele com as de Bolsonaro. Declarou que compactua e que, mais que isso, foi a admiração pelo deputado ex-militar que o fez se filiar ao PSL.
O candidato disse defende o projeto Escola sem Partido e um enfrentamento mais austero nas questões de segurança pública, a favor da militarização da polícia e da ampliação do direito ao armamento. Mas disse que não apoia a ideia de mais escolas militares. “Acho desnecessário e não sou vaquinha de presépio.”
Buchi destaca que a concordância maior é na parte econômica, principalmente com o pensamento de Paulo Guedes, anunciado como ministro em caso de vitória de Bolsonaro. “Sou um homem de direita. A própria Gazeta do Povo, na eleição passada, me classificou como liberal”, disse. E emendou que não tem outras divergências com o presidenciável do PSL. “Eu só não concordo que ele venha apoiar outra pessoa no Paraná.”
Agora, Ogier Buchi espera reciprocidade. “Respeito muito o Bolsonaro e exijo a exata medida”, diz. O candidato paranaense destaca que o regimento do partido é claro e que ambos serão obrigados a se apoiar. “Ele é militar e tem que cumprir regras se quer ser presidente da República.” Buchi espera que o anúncio de que Ratinho Jr apoia Alvaro Dias (Podemos) também influencie uma reversão de Bolsonaro. “Ele pode até não me apoiar, mas aí não apoia ninguém.”
Fonte: Gazeta do Povo
Comentar