Um comitê clandestino de campanha do ex-governador do Paraná Beto Richa foi usado pelo grupo preso na Operação Lava Jato nesta quarta-feira (26/09) para armazenar dinheiro ilícito, segundo o delator Nelson Leal Júnior, ex-diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná (DER-PR).
Leal firmou acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF), homologado pela Justiça, depois de ser preso em fevereiro deste ano, também na Lava Jato. Ele foi solto no fim de maio.
Segundo o delator, o imóvel usado fica no bairro Água Verde, em Curitiba, e tinha todos os cômodos vazios quando lhe foi apresentado. Hoje, um lar de idosos funciona no mesmo endereço.
Leal contou ao MPF ter estranhado quando José Richa Filho (Pepe Richa), irmão de Beto, falou a ele que o local abrigaria o comitê financeiro e contábil da campanha para a reeleição do tucano, em 2014, já que um comitê oficial já existia em um barracão no bairro Centro Cívico.
“José Richa Filho contou ao colaborador que o único objetivo do imóvel seria abrigar um comitê financeiro e contábil “clandestino”, pois seria um local específico para armazenar dinheiro em espécie decorrente de contribuições eleitorais não oficiais”, diz um trecho da delação.
Apenas as pessoas mais próximas do núcleo da campanha do então governador sabiam da existência do comitê clandestino, que não tinha identificação, de acordo com o ex-diretor do DER.
A defesa de Beto Richa afirma que ele nunca foi condescendente com desvios de qualquer natureza e é o maior interessado na investigação de quaisquer irregularidades. Beto Richa segue confiando na Justiça e tem a certeza que o devido processo legal provará sua inocência.
A defesa de José Richa Filho, informa que o investigado nunca foi chamado pela Polícia Federal para esclarecer quaisquer fatos atinentes à operação realizada na data de hoje.
O processo tramita sob sigilo na 23a. Vara Federal e, apesar de requerido pela defesa, até o momento, não se obteve acesso aos autos. O ex-secretário seguirá colaborando com a Justiça e confia que sua inocência restará provada na conclusão do processo.
Fonte: G1
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