A secretaria da Saúde do Paraná sediou nesta segunda-feira (29) a videoconferência Migrantes e Refugiados – direito a ter direitos. O encontro teve a participação de representantes do Conselho Estadual dos Direitos dos Refugiados, Migrantes e Apátridas do Paraná (Cerma), das regionais da Saúde, de entidades da sociedade civil e de outros órgãos governamentais do Estado.
A conselheira do Cerma, Fátima Yokohama, explica que o Paraná recebe um grande número de haitianos e que atualmente também é alta a incidência de cubanos, venezuelanos, bolivianos, sírios e de migrantes de outras nacionalidades. A Região Metropolitana de Curitiba, seguida de Foz do Iguaçu. Londrina e Maringá são as que mais concentram migrantes.
QUANTIFICAR – Uma das dificuldades das instituições que atuam na área de atenção aos migrantes e refugiados no Paraná é quantificar essa população de forma adequada. Como ressalta a conselheira, nem todos os migrantes chegam ao Estado por Curitiba, o que dificulta o levantamento correto de dados.
A diversidade de formas de entrada e a mobilidade dentro do Brasil é outro fator que prejudica a contabilização dos migrantes que vivem no Paraná. “Você percebe que eles fazem esse movimento nos municípios vizinhos de grandes centros. Essa distribuição se dá pelas relações de trabalho, das relações de amigos e familiares e por isso eles acabam se movendo. Às vezes você termina de fazer um levantamento em uma região e seis meses depois você volta e eles não estão mais lá”, diz Fátima.
UNIVERSIDADE – Para colaborar com a adaptação de cada pessoa, a Universidade Federal do Paraná possui um programa de auxílio, o ‘Política Migratória e Universidade Brasileira’. Dentre as atividades estão aulas de português, informática e ações culturais, desenvolvidas por professores e alunos, aos sábados no prédio da Reitoria da UFPR.
“Por ali já passaram mais de 1.600 migrantes e refugiados e são atividades com fluxo contínuo, ou seja, cada um pode ir até o local, fazer um nivelamento e já frequentar as aulas no mesmo dia”, afirma a professora da UFPR Tatyana Friedrich, uma das presentes na videoconferência. A universidade também disponibiliza assessoria jurídica e psicológica aos migrantes e refugiados no Prédio Histórico da universidade, localizado na Praça Santos Andrade.
Ela lembra que a universidade oferece ainda a inclusão dos refugiados em cursos de graduação. Atualmente 49 migrantes estudam na universidade e, em 2019, outros 23 calouros serão recebidos dentro dos cursos disponibilizados pela instituição.
AEN.
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