Deputado estadual licenciado, o governador eleito, Ratinho Júnior (PSD), descartou ontem interferir na eleição para i comando da Assembleia Legislativa, marcada para fevereiro. Segundo ele, a população já mandou um “recado” para os políticos nas últimas eleições de que não aceita mais interferências do Executivo no Legislativo.
“Eu entendo que as urnas deram um recado muito claro para os políticos. E quem não entendeu o recado das urnas vai em algum momento sair da vida pública porque as pessoas vão tirar”, argumento Ratinho Jr. “Esse movimento do Poder Executivo influenciar no Legislativo e vice-versa, as pessoas não querem mais. A eleição da Assembleia é em fevereiro, lá tem bons nomes, eles que decidam”, defendeu ele.
Tradicionalmente, os governadores eleitos agem para elegerem aliados para a presidência da Assembleia, já que eles são responsáveis pela definição da pauta da Casa, e para a votação de matérias de interesse do Executivo. Pelo regimento interno da Assembleia, a eleição acontece em 2 de fevereiro, um dia após a posse dos novos deputados, mas as articulações sobre o assunto já estão em andamento.
O atual presidente, deputado Ademar Traiano (PSDB), tem intenção de conquistar um novo mandato, e contava com o apoio de Ratinho Jr. O tucano apoiou a candidatura do governador eleito, apesar do PSDB ter integrado a coligação da governadora Cida Borghetti (PP).
O PSDB de Traiano, porém, perdeu força nas últimas eleições, com a derrota do ex-governador Beto Richa (PSDB) na disputa pelo Senado. O partido não elegeu nenhum deputado federal no Paraná e foi reduzido a três parlamentares na Assembleia. Além disso, o tucano foi atingido pelas denúncias de envolvimento no esquema de desvio de recursos para obras em escolas investigado pelo Ministério Público na Operação Quadro Negro. Ele nega.
Aliados de Ratinho Jr apontam ainda que a recondução de Traiano iria contra o discurso de renovação política do governador eleito, referendado pelo resultado da eleição para a Assembleia do deputado federal Fernando Fracischini (PSL), que garantiu ao PSL, na esteira da vitória de Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência da República, a maior bancada da Casa, com 8 parlamentares. Francischini teve mais de 400 mil votos, maior votação da história para deputado estadual e com isso, também está entre os cotados para a disputa pelo comando da Assembleia.
Outros nomes cotados também são o ex-líder do governo Beto Richa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB) e o deputado federal Guto Silva (PSD), este último mais próximo a Ratinho Jr e que deve ir para a chefia da Casa Civil do governo.
Fonte: Bem Paraná
Comentar