Os desembargadores da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) negaram na tarde desta quinta-feira (08/11) um pedido feito pela defesa do ex-governador Beto Richa (PSDB) para trancar as investigações da Operação Superagui. O Ministério Público Estadual apura, desde 2015, suspeitas de irregularidade na concessão de licença ambiental à empresa Green Logística, do empresário Jorge Atherino – que está preso desde setembro pela Operação Piloto, desdobramento da Lava Jato que investiga fraude na licitação para duplicação da PR-323.
Como o caso tramita em sigilo, o advogado Pedro Ribeiro Giamberardino não mencionou o nome do ex-governador, mas citou toda a trajetória política dele, como forma de destacar que, até o que chamou de “fatídico ano de 2018”, em que Richa foi alvo de várias operações policiais, o político não era réu em nenhuma ação criminal.
Para a defesa, o inquérito é baseado numa prova ilícita e não foi capaz nos últimos dois anos de reunir indícios do envolvimento do ex-governador. Para a assessoria jurídica, a investigação se baseia exclusivamente no depoimento de Venilton Pacheco Mucillo, servidor do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) que disse ter sido procurado pelo então presidente do órgão, Tarcísio Mossato Pinto, para facilitar a concessão da licença, já que seria um pedido do ex-governador.
Venilton, entretanto, mudou sua versão dos fatos e, em depoimento à Justiça, disse ter sido coagido pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), que o teriam forçado a incriminar Beto Richa.
Ao se manifestar no processo, o Ministério Público diz que “não há nos autos nenhum elemento que ampare a alegação de que o primeiro depoimento de Venilton Pacheco Mucillo foi prestado mediante abuso de autoridade, coação ilegal, intimidação ou qualquer outro ato que configure um constrangimento ilegal”. Um vídeo anexado ao processo mostra a íntegra do depoimento, em que o fiscal afirma que procurou espontaneamente a promotoria.
Fonte: Gazeta do Povo
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