O governo cubano informou nesta quarta-feira (14/11) que se retirou do programa social Mais Médicos. A decisão seria motivada pelas exigências feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que condicionou a continuidade do programa a uma prova de revalidação de diplomas. O governo cubano também solicitou o retorno dos mais de 11 mil médicos que trabalham hoje no Brasil.
“Diante desta realidade lamentável, o Ministério da Saúde Pública (Minasp) de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa Mais Médicos e assim comunicou a diretora da Organização Panamericana da Saúde (OPS) e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam esta iniciativa”, anunciou a entidade em um comunicado.
O comunicado diz, ainda, que “não é aceitável que se questione a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores cubanos que, com o apoio de suas famílias, presta serviços atualmente em 67 países”.
“As mudanças anunciadas impõem condições inaceitáveis e violam as garantias acordadas desde o início do programa, que foram ratificados em 2016 com a renegociação da cooperação entre a Organização Pan-Americana da Saúde eo Ministério da Saúde do Brasil e de Cooperação entre a Organização Pan-Americana da Saúde e o Ministério da Saúde Pública de Cuba. Essas condições inadmissíveis impossibilitam a manutenção da presença de profissionais cubanos no Programa”, informou em nota o Ministério da Saúde cubano no início da tarde desta quarta-feira (14/11), horário de Brasília.
Bolsonaro diz que Cuba não aceitou suas exigências
Pouco tempo depois de Cuba anunciar a saída do Mais Médicos, Bolsonaro explicou que o governo caribenho não aceitou as condições que ele vai impor para a continuação do programa. “Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, escreveu em seu perfil oficial no Twitter.
Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura, e a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou.
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 14 de novembro de 2018
Em seu programa de governo, Bolsonaro já havia prometido que os médicos cubanos iriam passar pelo Relavida, como é chamada a prova de validação de diploma para quem se forma no exterior. “Nossos irmãos cubanos serão libertados. Suas família poderão imigrar para o Brasil. Caso sejam aprovados no REVALIDA, passarão a receber integralmente o valor que lhes é roubado pelos ditadores de Cuba!”
A relação do presidente eleito com Cuba tanta nunca foi amistosa. Bolsonaro ameaçou cortar relações com o país caribenho, pois disse que não faz “sentido manter relações diplomáticas com Cuba”, porque o Estado desrespeita os direitos humanos.
Ele também já havia criticado o fato de os médicos cubanos receberem apenas 25% do pago pelo governo brasileiro.
Fonte: Gazeta do Povo
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