O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ademar Traiano (PSDB), garantiu o apoio para continuar no comando da Casa a partir de 2019, quando tomam posse os parlamentares eleitos em outubro último. Segundo fontes da Assembleia, Traiano teria garantido o apoio de mais de 30 dos 54 deputados, com o aval do governador eleito, Ratinho Júnior (PSD), para ser eleito para um novo mandato como presidente do Legislativo, na votação para o próximo 2 de fevereiro.

Apesar de ter afirmado publicamente que não interferiria no processo, Ratinho Jr liberou seus aliados na Casa para apoiarem Traiano. Isso ficou evidenciado pelo fato do PSD – partido do governador eleito – ter ficado sem nenhum cargo na Mesa Executiva, na chapa montada pelo tucano, apesar de ter eleito seis deputados e ser a segunda maior bancada, atrás apenas do PSL, com oito.

O aval do governador eleito à articulação de Traiano é uma retribuição ao apoio do tucano à eleição de Ratinho Jr para o governo. O deputado do PSDB se alinhou a Ratinho Jr já no primeiro turno, apesar de seu partido integrar oficialmente a coligação que apoiou a candidatura à reeleição da governadora Cida Borghetti (PP).

Além de Traiano para a presidência, a chapa encabeçada pelo tucano incluiria o ex-líder do governo Beto Richa na Casa, Luiz Cláudio Romanelli (PSB) como primeiro-secretário, e o atual primeiro-secretário, Plauto Miró Guimarães (DEM) como 1º vice-presidente. Assim como o tucano, Plauto apoiou Ratinho Jr desde o primeiro turno na eleição para o governo, apesar do DEM integrar a coligação de Cida Borghetti.

A articulação de Traiano deve esvaziar a candidatura do deputado federal Fernando Francischini (PSL) – que com mais de 400 mil votos foi o mais votado para a Assembleia e “puxou” a eleição da bancada do PSL, a maior da Casa a partir do ano que vem, com oito parlamentares, em meio à onda favorável ao partido do presidente da República eleito, Jair Bolsonaro (PSL/RJ). Francischini deve bater chapa com o tucano, mas terá dificuldades para conseguir apoio, já que além do PSL, só o PT, com quatro deputados, ficou de fora da chapa de Traiano.

Os aliados de Francischini argumentavam que como elegeu a maior bancada, o PSL teria força para disputar a presidência da Assembleia, tese reforçada pela votação recorde do deputado, e por sua proximidade com Bolsonaro. Alegavam ainda que a recondução de Traiano ao cargo contrariaria a tendência demonstrada pelo eleitorado de renovação política. Eles lembravam ainda que o tucano teve uma baixa votação, de pouco mais de 40 mil votos, e o PSDB sofreu uma derrota nas eleições deste ano, tendo conseguido eleger somente três deputados estaduais e nenhum federal. Pesaria também contra o atual presidente da Assembleia as acusações de envolvimento no esquema de desvio de recursos de obras em escolas, investigado na operação Quadro Negro. O tucano nega as acusações.

Fonte: Bem Paraná

guazelli

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