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Este jornalista que vós escreve já havia pensado nesta reportagem especial há algumas semanas. Com o intuito de informar e prestar serviço aos leitores, a produção do Verdade&Expressão buscou, junto a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde o índice de HIV/Aids em Curitiba e em todos os municípios que compõe a Região Metropolitana da capital paranaense. Num primeiro momento, quando recebemos o índice da Secretaria, percebemos que houve uma diminuição nos números de diagnosticados com HIV/Aids, entre janeiro de 2017 a dezembro de 2017; e janeiro de 2018 até o mês 10 deste ano.

Porém a enfermeira e coordenadora de serviços do Centro de Orientação Aconselhamento de Curitiba, Juliane Cardoso Santos, observa em entrevista cedida ao VE que, apesar dos números terem diminuído, ainda é preocupante: “Estamos trabalhando muito focado em, neste segundo semestre, de estratégias de prevenção. Tanto a Secretaria Municipal de Saúde como a Estadual vem focando, desde 2014, trabalhando muito pesado na ampliação da testagem. Tanto como serviço, quanto na parceria com projetos, a gente tem tentado trabalhar na ampliação. Para nós aqui no COA diminuiu a quantidade de exames para o HIV neste serviço, más o número é alarmante” comenta.

Exames rápidos de HIV realizado pelo COA.

Números

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, em envio exclusivo ao site Verdade&Expressão, mostra que a capital permanece em primeiro lugar no índice de Aids (2ª regional de saúde): em 2017 foram 186 e 2018 foram 129 casos até outubro passado. Nos casos de HIV, foram confirmados no ano passado 651 novos casos contra 428 até o mês 10 deste ano. Confira os números da Região Metropolitana de Curitiba:

Casos de Aids, por municipio da 2ª Regional de Saúde. Paraná, janeiro a outubro de 2017 a 2018

2017

2018

Total

Adrianópolis

0

0

0

Agudos do Sul

1

0

1

Almirante Tamandaré

6

5

11

Araucária

18

7

25

Balsa Nova

0

0

0

Bocaiúva do Sul

2

0

2

Campina Grande do Sul

7

0

7

Campo do Tenente

0

0

0

Campo Largo

4

3

7

Campo Magro

0

0

0

Cerro Azul

0

0

0

Colombo

10

10

20

Contenda

1

1

2

Curitiba

186

129

315

Doutor Ulysses

0

0

0

Fazenda Rio Grande

10

5

15

Itaperuçu

2

2

4

Lapa

0

0

0

Mandirituba

2

1

3

Pien

0

0

0

Pinhais

17

18

35

Piraquara

18

17

35

Quatro Barras

3

0

3

Quitandinha

0

0

0

Rio Branco do Sul

3

0

3

Rio Negro

0

0

0

São José dos Pinhais

45

24

69

Tijucas do Sul

0

0

0

Tunas do Paraná

0

0

0

02. Reg. Saúde Metropolitana

335

222

557

SESA/SVS/CEPI/DVDST/AIDS/HV ATUALIZADO EM 30/10/2018

 

Casos de HIV, por municipio da 2ª Regional de Saúde. Paraná, janeiro a outubro de 2017 a 2018

2017

2018

Total

Adrianópolis

1

0

1

Agudos do Sul

0

0

0

Almirante Tamandaré

23

18

41

Araucária

32

15

47

Balsa Nova

0

0

0

Bocaiúva do Sul

0

0

0

Campina Grande do Sul

9

9

18

Campo do Tenente

0

1

1

Campo Largo

13

4

17

Campo Magro

1

6

7

Cerro Azul

1

3

4

Colombo

17

24

41

Contenda

4

0

4

Curitiba

651

428

1079

Doutor Ulysses

0

0

0

Fazenda Rio Grande

27

17

44

Itaperuçu

1

1

2

Lapa

2

1

3

Mandirituba

4

5

9

Pien

2

2

4

Pinhais

44

37

81

Piraquara

27

27

54

Quatro Barras

4

2

6

Quitandinha

1

0

1

Rio Branco do Sul

2

4

6

Rio Negro

3

0

3

São José dos Pinhais

79

40

119

Tijucas do Sul

0

0

0

Tunas do Paraná

0

0

0

02. Reg. Saúde Metropolitana

948

644

1592

SESA/SVS/CEPI/DVDST/AIDS/HV ATUALIZADO EM 30/10/2018

O COA – Centro de Orientação e Aconselhamento

A enfermeira e coordenadora do COA (Centro de Orientação e Aconselhamento), Juliane Cardoso Santos, localizado no bairro São Francisco (atrás da Catedral Basílica Menor de Nossa Senhora da Luz do Pinhas e Praça Tiradentes) diz como este serviço nasceu: “Lá na década de 80, durante a epidemia de HIV, o centro foi uma estratégia do Ministério da Saúde, para tentar ter um serviço que fosse mais acessível para que as pessoas possam fazer o diagnóstico do HIV. Já tinham outros serviços nas Unidades Básicas de Saúde, más para evitar algum tipo de estigma, discriminação, por conta da pessoa querer ir lá para ver se estava adoecido ou não, o Ministério da Saúde criou esses serviços estratégicos; para ter mais rapidez” argumenta.

Ela fala do sigilo dado ao paciente na hora do diagnóstico, utilizado até hoje: “As pessoas podem fazer os exames sem fornecer o seu nome; e recebe o resultado verbal, se é reagente ou não, isso é uma característica deste serviço.” finaliza. Segundo a coordenadora, são realizadas cerca de 1.144 atendimentos por mês, portanto, 52 pessoas por dia que fazem o uso de, além do teste de HIV,  acompanhamento do tratamento pós diagnóstico positivo garantido pelo SUS. O COA também possui uma farmácia especifica para quem já é diagnosticado com HIV/Aids e quaisquer outras DST’s (Doença Sexualmente Transmissível) existentes. A coordenadora lembra que, no COA, são distribuídas 14.400 camisinhas masculinas mensalmente e 500 a 1.000 preservativos femininos.

Sou Soropositivo

O ator Diego Krausz, do canal DReacionamentos – visto no Youtube e Facebook, gentilmente concedeu uma entrevista o VE e dá uma lição de vida: conta como convive com o HIV; a descoberta pela família e pelos colegas de trabalho. Recentemente em seu canal no YouTube, revelou que era Soropositivo:

Verdade&Expressão: Como descobriu que é soropositivo?

Diego Krausz: Foi de uma maneira bem peculiar. Um ex namorado me mandou uma mensagem me dizendo que ele tinha descoberto ser soropositivo a pouco tempo e me aconselhou a correr no posto de saúde e fazer o meus exames, fui logo no dia seguinte e meus exames também deram positivo.

VE: Por que decidiu fazer o teste de HIV?

DK: Eu sempre fui de fazer o teste com regularidade, pelo menos de seis em seis meses para ver se estava tudo bem. Mas nesse caso especifico foi por conta do recado do meu ex. Fiquei preocupado e fui fazer os meus exames.

VE: Qual foi o apoio que recebeu após receber que é soropositivo?

DK: No primeiro momento evidentemente foi um choque grande, eu lembro da psicologa do posto de saúde tentando me acalmar (O que não adiantou muito naquele momento). Assim que cheguei em casa tive uma crise de choro e nervosismo, acabei recorrendo ao Youtube para pesquisar sobre o assunto e encontrei poucos videos sobre isso, mas naquele momento foi o que me salvou de achar que o HIV era uma sentença de morte. Em seguida eu fui pesquisando e me informando sobre o tema. Dois dias após o diagnostico resolvi contar para a minha mãe, ela me deu todo o suporte necessário para começar a rotina de exames, medicamentos, etc.

VE: Quanto tempo levou para que você entendesse sobre o HIV, como diz no vídeo?

DK: Até hoje eu continuo me informando sobre o assunto, existem muitas pesquisas, matérias e debates sobre o HIV, por isso eu sempre estou procurando saber mais. (Obviamente de fontes confiáveis) A falta de  falar desse tema é o que faz os números aumentarem cada vez mais entre os jovens, é necessário falar sobre isso, é importante manter esse tema em pauta! Ele não pode ser um Tabu, isso só nos afasta cada vez mais dele. Temos que manter o tema por perto.

VE: Qual foi a reação da sua família ao saber sobre que é soropositivo?

DK: Minha mãe foi uma guerreira junto comigo, foi a todas as minhas consultas iniciais, foi nos meus primeiros exames, ficou na minha casa quando comecei a tomar os medicamentos. Meu pai teve uma aceitação um pouco mais demorada, mas logo entendeu que minha saúde estava ótima e que o meu vírus está indetectável. (Que e a melhor situação que um soropositivo pode estar) Meu irmão ficou bastante sentido com a noticia, mas logo que entendeu a minha condição atual também ficou tranquilo. Para todos a noticia inicial é sempre um choque, mas com a informação correta percebem que não existe motivo para preocupação.

VE: Por que decidiu fazer o vídeo sobre o tema, em seu canal?

DK: Como eu disse, eu acho que nunca é de mais passar informação sobre o HIV. Mas eu resolvi falar através da minha vivencia e com bom humor. Eu não queria fazer um canal em que tivesse termos técnicos e nem que fosse sério demais, pois eu acho que isso acaba nos distanciando do assunto. O canal também seve para as pessoas que acabaram de descobrir que possuem HIV, serve para entenderem a importância do medicamento e que com o tratamento correto podem ter uma vida absolutamente normal.

VE: Você participa também do canal DRelacionamentos, como os seus companheiros de cena reagiram quando soube que você é soropositivo?

DK: Eu tive uma aceitação linda do DR. tivemos uma reunião de crianção com todos e eu achei aquele momento oportuno para contar a minha nova condição, todos foram muito carinhosos, em especial as meninas do canal: Jackie, Nina, Mari, Fer e Grazi. Foi um momento muito bonito e importante para mim.

HIV ou Aids?

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Ter o HIV não é a mesma coisa que ter aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

O que é Aids?

A aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV é a sigla em inglês). Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Biologia

O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.

Assim pega:

Sexo vaginal sem camisinha;

Sexo anal sem camisinha;

Sexo oral sem camisinha;

Uso de seringa por mais de uma pessoa;

Transfusão de sangue contaminado;

Da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação;

Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

 

Assim não pega:

Sexo desde que se use corretamente a camisinha;

Masturbação a dois;

Beijo no rosto ou na boca;

Suor e lágrima;

Picada de inseto;

Aperto de mão ou abraço;

Sabonete/toalha/lençóis;

Talheres/copos;

Assento de ônibus;

Piscina;

Banheiro;

Doação de sangue;

Pelo ar.

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O que diz a Saúde

Sobre o índice divulgado, a Secretaria Estadual da Saúde informou, por meio de uma nota enviada ao VE que as ações da Secretaria incluem a descentralização dos testes rápidos, que possibilitam o acesso oportuno ao diagnóstico, descentralização da distribuição de insumos de prevenção, como preservativos, folders etc; orientação e disponibilização de tratamento gratuito a todo indivíduo que tiver diagnóstico reagente para HIV; orientações sobre a importância da adesão ao medicamento antirretroviral e monitoramento clínico das medicações, para manter a carga viral indetectável, reduzindo a transmissão do HIV, além de outras ações em todos os municípios do Estado.

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Reportagem Especial: Pedro Lima.

Números: Secretaria da Saúde do Estado do Paraná;

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COA – Centro de Orientação e Aconselhamento: Rua do Rosário, 144 – São Francisco – Curitiba, PR.

Horário de atendimento: Segunda a sexta-feira, das 7h às 18h. Prevenção em HIV/Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, infectologia, gastroenterologia e hepatologia.

guazelli

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