Alvo de mandados de busca e apreensão da Operação Ross, da Polícia Federal, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) negou na tarde desta terça-feira (11/12), em uma entrevista coletiva no Senado, que tenha recebido propina do grupo J&F na campanha presidencial de 2014 e acusou os delatores da holding dona do frigorífico JBS de estarem mentindo para tentar obter benefícios com a Justiça.

Na manhã desta terça, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal cumpriram mandados expedidos pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), em imóveis de Aécio e da irmã dele, a jornalista Andréa Neves, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Originada a partir de denúncias de delatores da J&F, a Operação Ross investiga denúncia de que Aécio comprou apoio de partidos políticos na corrida pelo Palácio do Planalto de 2014 com dinheiro bancado pelo grupo empresarial. Segundo os investigadores, empresários de São Paulo também teriam auxiliado a financiar as legendas que apoiaram o tucano com doações de campanha e caixa 2 por meio de notas frias.

De acordo com os delatores, o senador do PSDB teria recebido quase R$ 110 milhões por meio de propina na eleição em que foi derrotado pela ex-presidente Dilma Rousseff. Os investigadores apuram se o dinheiro foi repassado por meio da simulação de serviços que não eram efetivamente prestados e para os quais eram emitidas notas fiscais frias.

“A verdade é que não podemos mais aceitar que delações de criminosos confessos e suas versões se sobreponham aos fatos. O fato concreto é um só. O que estamos tratando neste inquérito? Doações eleitorais feitas em 2014 de forma legal, registradas na Justiça Eleitoral, aprovadas por essa mesma Justiça Eleitoral sem absolutamente qualquer contrapartida”, criticou Aécio na entrevista coletiva.

O senador tucano, que se elegeu deputado federal na eleição de outubro, disse que, na visão dele, o empresário Joesley Batista – um dos donos da J&F – continua em busca de imunidade penal e, para isso, “falseia as informações e transforma algo lícito e legal em aparência de crime”.

“Não houve nenhuma ilicitude, ao contrário, procuraram esse tempo todo algum benefício que eu pudesse ter oferecido ao seu grupo, como governador, como senador. Não encontraram nada”, enfatizou.

Ele afirmou aos repórteres que “criminalizar” as doações eleitorais, que, em 2014, eram permitidas pela legislação eleitoral, é um desserviço à Justiça.

Fonte: G1

guazelli

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