Em uma publicação de despedida, o empresário e atual secretário de Estado da Cultura do Paraná, João Luiz Finai, criticou a extinção da pasta que a partir de agora será Superintendência da Secretaria de Comunicação Social, futuramente administrada pelo jornalista Hudson José. Na postagem ele afirma que a secretaria, do qual presidiu desde 2015, afirma que está “Triste e decepcionado demais! Transformada em superintendência… Sem a força de ser uma pasta extremamente importante para a construção de um estado melhor”, argumenta. Em tom mais severo, Fiani diz que “Fica a alegria de ter cumprido meu papel e triste com o novo governo por querer economizar acabando com a secretaria da cultura! E hoje posso afirmar: NADA SERÁ ECONOMIZADO com essa extinção, NADA!” completou o dramaturgo.

Proprietário do Teatro Lala Schneider, Fiani foi chamado pelo então ex-governador Beto Richa, no primeiro semestre do seu 2º mandato, em 2015, para comandar a Secretaria de Estado da Cultura.

Confira a carta de despedida:

E assim termina 2018… Na minha vida um ciclo se encerra! Foram 4 anos à frente da Secretaria de estado da Cultura do Paraná. Período de grande dificuldade mas de grandes vitórias para a cultura do estado! Mas 2019 vai começar com o fim da secretaria da
Cultura! TRISTE E DECEPCIONADO DEMAIS!!!! Transformada em superintendência… Sem a força de ser uma pasta extremamente importante para a construção de um estado melhor! Mas enfim… Tempos difíceis!


O mais importante a se dizer sobre a minha gestão, é que o desenvolvimento das políticas públicas foi a prioridade.


Isso se reflete, por exemplo, na implantação e consolidação do PROFICE, Programa de Fomento e Incentivo à Cultura, no fortalecimento do CONSEC (Conselho Estadual de Cultura) e na promulgação do Plano Estadual de Cultura (PEC), transformado em Lei em Setembro de 2017 e na realização dos encontros de gestores e dirigentes municipais de cultura que aproximou os líderes da área de todos os municípios do Paraná, para a troca de experiências.

Além do PROFICE, foram desenvolvidos outros mecanismos de incentivo para atender não só projetos de grande porte, como também pequenos projetos de circulação.


A consolidação das políticas pode ser constada por meio das múltiplas ações culturais que, sempre com o espírito municipalista, foram levadas a 94% das cidades do Estado, por meio de mais de 470 projetos incentivados por nossos mecanismos de fomento: PROFICE, CIRCULA PARANÁ, VIRADINHA CULTURAL, DOMINGO TEM TEATRO, PRÊMIO ARTE PARANÁ, AGENTES DE LEITURA E PROGRAMA DIVERSIDARTE. O valor investido soma mais de 71 milhões de reais, sendo 60 milhões só com o PROFICE.


O setor da produção audiovisual (cinema e vídeo) recebeu um olhar como nunca antes havia recebido na história do Paraná: foram mais de 11 milhões de reais investidos no incentivo de mais de 80 obras inéditas e na circulação de outras 30 obras não inéditas.


Além dos programas diretamente administrados pela SEEC, outros mecanismos de fomento foram implementados com a parceria de outros órgãos do estado, como as linhas de crédito para pequenos empreendedores da área cultura, criadas em parceria com a Fomento Paraná, e a regulamentação da participação de entidades culturais, no programa Nota Paraná, em parceria com a SEFA.
Outra grande conquista da gestão foi a resolução do impasse acerca dos cargos em comissão do Teatro Guaíra, uma herança ingrata deixada pela gestão 2007/2010. A SEEC em conjunto com a SEFA e PGE, viabilizaram a manutenção dos corpos estáveis do CCTG (Orquestra Sinfônica e Balé Guaíra), com a criação do Serviço Social Autônomo Palco Paraná, que hoje faz a gestão desses emblemáticos grupos artísticos do nosso Estado.


Os museus do estado, também receberam um olhar diferenciado durante a gestão. Uma das principais preocupações desse período foi a manutenção e restauro desses importantes equipamentos culturais: O Museu da Imagem e do Som, retornou, após 13 anos, à sua sede histórica totalmente restaurado e revitalizado, o Museu Casa Alfredo Andersen recebeu investimento de mais de 700 mil reais, para a revitalização e modernização de sua expografia, podendo ser considerado, hoje, um museu de porte internacional. O Museu Paranaense também passou por reforma de seu anexo, bem como adaptações em todo o complexo, dando maior acessibilidade e conforto aos visitantes. O Museu de Arte Contemporânea teve seu projeto de reforma concluído e entrará, em breve, em processo de restauro que trará de novo a dignidade que o espaço merece. O MON recebeu diversas melhorias, bem como a modernização da gestão, por meio da parceria com uma Organização Social. Todas essas ações redundaram em um significativo aumento na visitação de nossos museus; foram mais de 3,5 milhões de visitantes em mais de 300 exposições das mais variadas vertentes artísticas.


Ainda falando sobre obras de restauro, reforma e melhoria, não se pode deixar de mencionar os mais de oito milhões investidos na revitalização e modernização da Biblioteca Pública do Paraná (BPP) e os mais de quatro milhões investidos em obras de reforma do Centro Cultural Teatro Guaíra que, diga-se de passagem, nunca havia passado por reformas desde sua inauguração em 1974.
Os investimentos nos dois equipamentos, só veio a confirmar a importância de ambos para a cultura do Paraná, e se refletiu em números absolutamente positivos e históricos:

– Nos últimos 4 anos, mais de 360 mil pessoas assistiram aos mais de 1.000 espetáculos produzidos pelo Teatro Guaíra;

– Mais de 1 milhão e 100 mil pessoas acompanharam apresentações de grupos artísticos locais, e de fora do estado e do país, em mais de 2,5 mil espetáculos;

– O TCP, Teatro de Comédia do Paraná, importante mecanismo de produção teatral, foi retomado depois de mais de 20 anos sem atividade, sendo produzidos entre 2016 e 2018, 3 espetáculos de grande porte que foram sucesso de público e crítica;

– As obras de modernização da BPP, incluindo a criação de um café, transformaram a Biblioteca em um aconchegante local de convivência, com mais conforto aos mais de 1.000 usuários que passam por ela todos os dias;

– Também foram viabilizadas importantes ações na BPP, como a Festa Literária Internacional, o programa Um Escritor na Biblioteca, Oficinas de Criação Literária, Música na Biblioteca, Uma Noite na Biblioteca, Prêmio Paraná de Literatura, etc.


A área de Patrimônio Cultural também foi uma grande preocupação da gestão, sendo dentro dela consolidada a importância do CEPHA – Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico. O setor contou com uma importante conquista: a transformação em Lei do Registro de Patrimônio Cultural Imaterial, por meio de Decreto publicado em agosto de 2016.


Destacamos entre as ações culturais aquelas levadas a efeito sob o guarda chuva do Programa Diversidarte, que buscou atender às demandas de diversos segmentos da sociedade, sempre em consonância com os diversos conselhos de políticas afirmativas, nos quais a SEEC tinha cadeira. Dentro do programa foram criadas ações como: mês da consciência negra, mês da mulher, mês do índio, semana do imigrante, mostra de arte popular, programas de acessibilidade, arte para maiores, sessão sabedoria, valorização do setor LGBT, etc.


Esse foi um pequeno resumo do que aconteceu na área durante nossa gestão, reconhecida hoje pela classe artística e pelo público como uma das mais atuantes da história da SEEC.


Fica a alegria de ter cumprido meu papel e triste com o novo governo por querer economizar acabando com a secretaria da cultura! E hoje posso afirmar: NADA SERÁ ECONOMIZADO com essa extinção, NADA!

Reportagem: Pedro Lima.

guazelli

Todos Posts

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Arquivos

Publicidade

Anuncie aqui