O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou que as pautas que garantem mais recursos para os municípios só serão votadas se a reforma da Previdência for aprovada. Para ele, o desfecho favorável da proposta vai tirar o País da recessão. Ele participou da 12ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, participaram do evento.

Para Rodrigo Maia, a reforma (PEC 6/19) não é para o governo federal, estadual ou municipal, mas, sim, para melhorar o caixa dos municípios e a vida dos brasileiros.

O presidente citou vários projetos que garantem mais recursos aos municípios e que poderiam ser aprovadas pela Câmara, como a que acrescenta 1% ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM) na distribuição de recursos da União (PEC 391/17); a que estabelece o repasse de recursos a estados e municípios como compensação por perdas da Lei Kandir (PLP 511/18) e a que transfere de recursos da cessão onerosa para outros entes federados (PL 8939/17, que está sob análise dos senadores).

Lei Kandir
“Se não fizermos (a reforma) não tenham dúvida, não é uma questão de vontade, o governo terá muito menos condição de ceder 15%, 30% em relação a cessão onerosa, não poderá entregar nessa pactuação da lei Kandir. A reforma da Previdência é que vai gerar as condições para que o governo federal e o Congresso possam dividir os recursos não só dos royalties, mas vai permitir que tenhamos uma solução para Lei Kandir e implementar o pacto federativo”, disse.

Maia reafirmou ainda a necessidade de rediscutir as despesas obrigatórias para evitar um “colapso fiscal”. Segundo ele, como 94% das despesas da União são obrigatórias e com o crescimento das despesas previdenciárias de R$ 50 bilhões por ano, os recursos para investimentos e transferências para os entes federais ficam cada vez mais engessados.

A gente só vai poder inverter essa pirâmide quando as despesas pararem de crescer como crescem”, disse o presidente.

Maia pediu apoio aos prefeitos para a aprovação da reforma da Previdência. “A reforma é para mudar a curva de recessão no Brasil nos últimos anos, que prejudica o caixa dos municípios e a vida dos brasileiros”, afirmou.

Bolsonaro
O presidente da República, Jair Bolsonaro, também defendeu a reforma da Previdência e pediu apoio aos prefeitos para aprovar o texto. Segundo ele, há uma “encruzilhada pela frente”. Bolsonaro também afirmou que quer dividir recursos com os municípios a partir de um novo pacto federativo.

Gostaríamos de não ter que fazer, mas somos obrigados a fazer. O mundo aguarda uma sinalização nossa de que nós queremos equilibrar nossas contas”, disse Bolsonaro.

Descentralização de recursos
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também defendeu mais repasse de recursos da União para os entes federados. Segundo ele, há uma abusiva centralidade fiscal na União em detrimento a estados e municípios.

Temos testemunhado uma vergonhosa situação de mendicância em Brasília, com prefeitos tendo que implorar recursos para ministros e parlamentares. Isso não pode continuar”, disse.

Agência Câmara Notícias.

Imagem: Luis Macedo.

guazelli

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