Durante a sessão plenária desta terça-feira (23), quatro vereadores debateram o projeto de reforma da previdência brasileira. Para Serginho do Posto (PSDB), que levou o tema à tribuna, quase nada está sendo mudado nessa reforma. Em sua fala durante o Grande Expediente, o vereador fez considerações sobre o tema citando um ex-vereador da Casa que dizia: “muda-se muito para não mudar nada”. “Quando o presidente anunciou a reforma”, disse Serginho, “acreditava-se que haveria corte de privilégios em certos setores, mas o que se vê é que o trabalhador assalariado que não tem representatividade política é o prejudicado. É lamentável que o debate seja tão superficial”.
Ele apontou o próprio exemplo: “eu tenho 38 anos de contribuição e 52 anos de idade. Somando os dois valores, dá 90, o que significa que na prática eu teria mais 3 anos pra me aposentar. Mas como eu sofro o fator previdenciário, mesmo pagando pelo teto [vereador não tem aposentadoria especial], se eu me aposentasse hoje receberia R$ 1.800,00. Ficamos abaixo da média que é de R$ 4 mil, segundo o Congresso”, explicou Serginho. Para ele, a Reforma vai gerar uma economia, mas “quem ela vai beneficiar de fato? Alguns setores do serviço público estão quase que imunes à reforma”. “E há aqueles que não terão benefícios na aposentadoria mas que podem receber vantagens ao longo da carreira, graças a lobbies no Congresso”, finalizou.
Para Mauro Ignácio (PSB), realmente a mídia massifica a ideia de que vereadores têm aposentadoria especial, o que não é verdade. “Eu sou servidor do Estado e, ao virar vereador, meus avanços foram congelados. Não é o que acontece com os sindicatos. Os integrantes dessas entidades continuam tendo crescimento nas suas carreiras”. Maria Manfron (PP) reiterou que vereadores não se aposentam. “Quando falam que políticos se aposentam, isso não inclui os vereadores e esse fato deveria estar claro para a população”. De acordo com Professor Silberto (MDB), os maiores prejudicados pela Reforma da Previdência serão professores e trabalhadores rurais.
ASCOM – CMC.
Imagem: Rodrigo Fonseca.
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