Em sua coluna deste sábado (29), na Folha de S.Paulo, Mônica Bergamoconta que o procurador Deltan Dallagnol demonstrou, em diálogos com colegas da Lava Jato, obtidos pelo The Intercept Brasil, em outubro de 2018, que era preciso acelerar ações contra Jaques Wagner (PT-BA), que tinha acabado de se eleger senador pela Bahia e tomaria posse em fevereiro. Para Dallangol, valeria fazer busca e apreensão sobre o político “por questão simbólica”. A revelação comprova a perseguição do procurador ao PT.
Em uma das conversas, de 24 de outubro do ano passado, Dallagnol pergunta: “Caros, Jaques Wagner evoluiu? É agora ou nunca… Temos alguma chance?”. Naquele momento, Fernando Haddad e Jair Bolsonaro disputavam a presidência da República e Sérgio Moro negociava com a equipe de Jair Bolsonaro sua ida para o Ministério da Justiça.
Um procurador identificado como Athayde (provavelmente Athayde Ribeiro Costa) responde: “As primeiras quebras em face dele não foram deferidas”. Mas novos fatos surgiram e eles iriam “pedir reconsideração”.
“Isso é urgentíssimo. Tipo agora ou nunca kkkkk”, escreve Dallagnol. Athayde diz que “isso não impactará o foro”. Deltan responde: “Não impactará, mas só podemos fazer BAs [operações de busca e apreensão] nele antes [da posse]”.
Uma procuradora pondera que o petista já sofrera uma busca: “Nem sei se vale outra”. Dallagnol argumenta: “Acho que se tivermos coisa pra denúncia, vale outra BA até, por questão simbólica”. E completa: “Mas temos que ter um caso forte”.
Athayde informa que seria “mais fácil” Wagner aparecer “forte” em outro caso, e Dallagnol completa: “Isso seria bom demais”.
Reportagem: Revista Fórum.
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