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Investido da fama obtida como chefe da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol se dividia entre a criação de Power Points para explicar as ações da força-tarefa e municiar grupos de direita e sites alinhados com informações para insuflar campanhas de ódio contra aqueles que considerava inimigo nas ruas e redes sociais.

Em nova reportagem publicada na madrugada desta segunda-feira (12), o site The Intercept revela diálogos de Dallagnol com outros procuradores e assessores para criação de estratégias para pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e o legislativo para beneficiar pautas e ações da Lava Jato.

Em uma das conversas, Dallagnil usa a procuradora Thaméa Danelon, ex-do braço paulista da Lava Jato, para fazer a ponte com integrantes do Movimento Vem Pra Rua – criado, entre outros, pela atual deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) – para pressionar o STF sobre o substituto de Teori Zavascki na relatoria dos processos da força-tarefa um dia após a morte do ministro, em janeiro de 2017. O Vem Pra Rua também foi usado recentemente por Jair Bolsonaro para pressionar sobre a reforma da Previdência e por Sergio Moro, com ato em apoio ao ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato.

Dallagnol também usou o Instituto Mude, criado para levantar a bandeira das 10 Medidas contra a Corrupção e que seria dirigido “nas sombras” por ele, para se posicionar sobre a substituição no STF sem aparecer para “não se queimar”.

“Falei que não posso posicionar a FT (força-tarefa) publicamente, mesmo em off, quanto a Ministros que seriam bons, pq podemos queimar em vez de ajudar. Falei os 4 que seriam ruins, que Toff, Lewa, Gilm e Marco Aur”, escreveu Dallagonol ao líder do Mude, Fabio Alex Oliveira, sobre conversa que teve com outro integrante de movimento político.

Em 31 de janeiro, Dallagnol manifestou sua preocupação com os colegas da força-tarefa do Paraná no grupo Filhos do Januário 1. Ele sugeriu que dissessem a jornalistas, em off, que temiam “que Toff, Gilm ou Lew assumam” e que delegassem aos movimentos sociais a tarefa de pressionar o STF a não definir a questão por sorteio, o que seria uma “roleta russa”.

Um dia depois, Edson Fachin pediu para migrar para a 2ª Turma do STF, na vaga de Teori. Apesar da Lava Jato apoiar Luís Roberto Barroso – com quem Dallagnol disse ter falado pessoalmente sobre a demanda da força-tarefa -, o nome de Fachin foi visto com bons olhos e comemorado pelo chefe da Lava Jato no dia 2 de fevereiro: “Fachin foi coisa de Deus”.

Reportagem do site Revista Fórum.

guazelli

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