Em depoimento à CPMI das Fake News, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) afirmou nesta quarta-feira (30) que três funcionários lotados no Palácio do Planalto fazem parte de uma milícia virtual que ataca adversários do governo por meio de notícias mentirosas. Em resposta, os deputados governistas acusaram Frota de ressentimento por não ter conseguido cargos no governo e de traição ao presidente da República, Jair Bolsonaro, que o ajudou a ser eleito nas últimas eleições.

Expulso do PSL em agosto, Alexandre Frota destacou, em mais de seis horas de depoimento, que tudo o que estava afirmando à comissão de inquérito é o que ele “viu, ouviu e viveu”, o que daria mais credibilidade ao seu depoimento.

“As fábricas de fake news estão espalhadas por diversos lugares. Dentro do Planalto, nós temos três pessoas, que é de conhecimento nacional, já foi falado várias vezes, são dois Mateus e um Tércio, que vieram das redes sociais, vieram das guerras virtuais”, informou.

De acordo com Frota, essas pessoas atuam de dentro do Palácio do Planalto como assessores do presidente. “Dali de dentro, eles protegem [os aliados] e atacam [os adversários]”, completou.

Os assessores presidenciais citados pelo deputado são José Matheus Salles Gomes, Mateus Matos Diniz e Tercio Arnaud Tomas. Os três já foram convocados a prestar depoimento à CPMI.

Alvos
Alexandre Frota mostrou pesquisas feitas nas redes sociais mostrando que o esquema de “destruição de reputações e ameaças” envolve os mesmos perfis. Ele citou como alvos das fakes news, entre outros, os presidentes da Câmara e do Senado; deputados como ele próprio e Joice Hasselmann (PSL-SP); ex-ministros do atual governo como o general Santos Cruz; ministros do STF e todos que se mostrem contrários ao atual governo.

Líder do PSL na Câmara dos Deputados e filho do presidente da República, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) chamou Frota de mentiroso e traidor e disse que o deputado estava sendo “usado pela oposição” para provocar a queda do presidente Bolsonaro. “Baboseiras e ilações sem qualquer conexão com a verdade. Espero que o senhor aproveite os seus tempos aqui com o pessoal do PT. A população tem aversão a esse tipo de conduta”, disse.

Os deputados governistas criticaram o fato de Alexandre Frota se recusar a falar na CPMI como testemunha, que deve jurar dizer a verdade, e não como convidado, e usar suas prerrogativas de parlamentar com imunidade, civil e penal, sobre suas opiniões, palavras e votos.

Autora do requerimento para a audiência pública, a deputada Luizianne Lins (PT-CE) considerou o depoimento de Alexandre Frota muito forte, justamente por ele ter sido eleito sob a influência de Bolsonaro. Ela afirmou que o governo ainda terá muito o que explicar.

Agência Câmara Notícias.

Imagem: Roque de Sá.

guazelli

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