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O tema da moradia é central para o urbanismo na nossa cidade. Não se pode pensar uma cidade sem que se tenha um tratamento digno à questão da moradia”, disse Goura, neste sábado (17), ao visitar a comunidade Nova Esperança, que abriga 1.300 famílias, que ocupam o lugar desde o final de maio deste ano.

A atual gestão, colocou 0,1% do Orçamento Municipal, nos últimos anos, para moradia. O que é ridículo. É medíocre”, destacou. Segundo Goura, uma política de moradia pode ser indutora de um desenvolvimento social justo da cidade. Por isso, temos que garantir os investimentos necessários em moradia social.”

Goura denuncia abandono e defende ocupação

O candidato a prefeito de Curitiba pelo PDT explicou que a área da Nova Esperança fica em Campo Magro, na Região Metropolitana, e pertence à Fundação de Ação Social (FAS), da Prefeitura de Curitiba, que encerrou, no local, em 2009, as atividades do Centro de Atendimento Fazenda da Solidariedade, que prestava atendimento a dependentes químicos e moradores de rua.

São mais de dez anos de abandono. E mesmo depois de ter sido cedida ao Governo do Estado, em 2012, esta área continuou abandonada”, explicou Goura, que foi à comunidade a convite das lideranças do Movimento Popular por Moradia (MPM), que são os responsáveis pela organização da ocupação.

Conferência Municipal de Habitação

Nós já nos comprometemos a realizar, nos primeiros meses da nossa gestão, uma grande conferência municipal de habitação e urbanismo. Também vamos criar a Secretaria Municipal de Habitação e destinar recursos significativos para moradia de interesse social. Queremos uma cidade mais justa, menos desigual, onde a qualidade de vida seja disponível para toda a população”, disse Goura.

Moradia é direito constitucional

Liderança histórica do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Hilma de Lourdes Santos acompanha a ocupação Nova Esperança e ressalta que “está na Constituição que o direito à habitação tem que ser acessível a todas as pessoas. É por isso que existem os movimentos pelo direito à moradia”.

Além do direito à moradia, a função social da terra também deve ser garantida. “Este é um movimento de retomada da terra para quem precisa. E não estamos falando de latifúndio, estamos falando de garantir que as famílias tenham um espaço para viver com dignidade”, pontuou Goura.

Idade não impede a luta por moradia

Ciente desses direitos, a dona Sueli de Souza, de 67 anos, não pensou duas vezes quando decidiu aderir à ocupação Nova Esperança. “Não tem idade para a gente deixar de lutar. Tem que continuar querendo as coisas e eu vim atrás de uma moradia para mim”, disse ela.

Um dos coordenadores do Movimento Pela Moradia (MPM), Valdecir Ferreira, criticou a forma como o poder público lida com as ocupações. “Os órgãos públicos focam tanto na gente, mas quando um latifundiário ocupa uma área, desmata uma terra para criar gado, para fazer suas plantações e ganhar milhões ninguém faz nada. Mas quando os trabalhadores vêm para uma área dessas, abandonada há 10 anos, eles querem tirar dizendo que estamos cometendo crime”.

Um lugar para dormir em paz

Jurandir e sua esposa Rose, que estão construindo uma casa na ocupação, abandonaram as profissões devido à falta de vagas no mercado de trabalho e atuam como catadores de materiais recicláveis.

Estamos nessa luta. Nós não precisamos pisar em asfalto ou em ouro. Precisamos realmente de um lugar para pôr a nossa cabeça e dormir em paz. Queremos ter um fogão a gás para fazer o nosso café, o nosso almoço e ter um momento de descanso com a nossa família”, disse Jurandir ao agradecer a atenção que Goura vem dando à causa.

Não é só agora na eleição

Você não está aqui só agora. Mas já esteve antes sempre pensando no bem-estar de todo mundo. É um cara que a gente já viu que tem a capacidade para ser o prefeito de Curitiba”, destacou Jurandir.

O pedreiro Valdinei Bileski, que morava na Vila Corbélia, lembra que o nome da ocupação não foi escolhido por acaso. “Eu não tinha esperança nenhuma. Por isso viemos para cá, no Nova Esperança para ter esperança de um dia conseguir uma moradia”.

Área pública abandonada há mais de 10 anos

A área da ocupação possui 42 alqueires e até 2009 abrigava o Centro de Atendimento Fazenda Solidariedade, que atendia dependentes químicos e pessoas em situação de rua. Porém a Fundação de Ação Social (FAS) encerrou as atividades do Centro alegando alto custo de manutenção das atividades. Em 2012 a área foi concedida ao Governo do Estado para uso do Departamento Penitenciário (Depen), à época vinculado à Secretaria de Estado da Justiça.

Como a área estava abandonada, em 25 de maio de 2020, cerca de 600 famílias iniciaram a ocupação da fazenda, impulsionadas sobretudo pelas dificuldades geradas com a pandemia do Coronavírus, que gerou desemprego em massa e dificuldades para a manutenção do aluguel.

Atualmente mais de 5 mil pessoas estão vivendo no local. “Estou acompanhando a ocupação desde o início. A gente faz um trabalho junto à cozinha coletiva. São muitas mulheres, mães chefes de família que estão ali. A gente precisa de um olhar atento para essas famílias por que sem teto não há vida”, relatou a candidata a vereadora Roberta Cibin, que acompanhou a visita deste sábado (17).

De quem é a responsabilidade pela área?

Com a ocupação, Prefeitura e Governo do Estado não definem de quem é a responsabilidade pela área. Em nota divulgada no início da ocupação, o Governo afirma que devolveu às chaves do local à prefeitura em 2018. Porém, a prefeitura, também por meio de nota, alegou que a devolução das chaves não se concretizou devido a “má conservação do imóvel” e que o mesmo continua sob responsabilidade do Estado”.

ASCOM – Candidato Goura.

guazelli

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