Morto em fevereiro deste ano em uma ação da polícia militar na Bahia, o miliciano Adriano da Nóbrega teria dado R$ 80 mil a Fabrício Queiroz, para que o ex-assessor de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pagasse em dinheiro os R$ 135 mil da cirurgia para retirada de um câncer no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Segundo reportagem de Daniel Pereira, na edição da revista Veja divulgada nesta sexta-feira (13), o ex-capitão do Bope, que comandava o Escritório do Crime – braço armada da milícia de Rio das Pedras – teria mandado um funcionário entregar a quantia diretamente nas mãos de Queiroz.
O dinheiro seria pela longa amizade e uma maneira de retribuir os favores de Queiroz, que empregou a mãe, Raimunda Veras, e a ex-esposa, Danielle da Nóbrega, no esquema de corrupção no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Lotada no gabinete do filho de Jair Bolsonaro, Danielle recebeu no total R$ 776.343 no total e teria devolvido 21,38% desse valor, segundo as investigações.
A porcentagem fica bem abaixo das demais funcionárias fantasmas que participavam da “rachadinha”. O motivo seria um acordo entre Queiroz e Adriano, que queria um trabalho “formal” para a ex-esposa e repassava a diferença a Queiroz em dinheiro vivo, com recursos provenientes de seu faturamento no mundo do crime, que girava em torno de R$ 250 mil a R$ 350 mil mensais.
A reportagem da Veja revela ainda que a mãe, Raimunda, e a esposa de Queiroz, Márcia de Aguiar, em reunião com o advogado Luis Botto Maia, teriam ligado para Adriano para tentar obter o nome do responsável por recolher o dinheiro do crime pago ao então governador do Rio, Wilson Witzel (PSC).
O objetivo seria chantagear Witzel para que ele agisse para interromper as investigações contra o esquema criminoso. Adriano se recusou a revelar a informação. Ele foi morto dois meses depois.
Reportagem de Plinio Teodoro, da Revista Fórum.
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